domingo, 21 de outubro de 2018

Os dois lados da moeda


                                                                          


Texto: Prof. Ednardo Junior

Não sei se é incompetência de minha parte ou falta de qualidade dos candidatos, o certo é que não consigo decidir o que fazer no próximo turno da eleição presidencial no Brasil. Quando penso nas opções vejo que é mais ou menos assim: podemos votar no candidato seis ou no candidato meia dúzia.
No Brasil o voto é um direito do cidadão. Segundo o Dicionário Online de Português, direito é “aquilo que é garantido ao indivíduo por razão da lei ou dos hábitos sociais: direito de frequentar qualquer escola”( www.dicio.com.br/direito). Pois bem, entendo direito como algo que posso usufruir, bem como escolher se uso ou não o direito garantido por lei. Entretanto, caso não desfrute do meu direito de voto no Brasil devo justificar-me no cartório eleitoral e ser sujeito a multa, certo que o valor é irrisório, o problema maior é o incômodo.  
Nesse sentido, vejo o voto não como direito e sim obrigação, e nestes últimos dias a obrigatoriedade do voto tornou-se pra mim um tormento. Hoje encontro-me incapaz de escolher entre dois cidadãos que não representam em nada o que acredito.
Como professor da área de humanas não posso concordar com sistemas de governos autoritários, a história já mostrou inúmeras vezes que este tipo de governo não resolve de forma definitiva os problemas de uma nação, temos exemplo tanto no Brasil como em outros países da América Latina e na Europa.  
  Nos anos de 1960, a economia brasileira estava corroída por uma onda de desemprego, inflação e queda nos investimentos. Além disso, o populismo entrou em crise ao perceber que as reivindicações concedidas aos trabalhadores não poderiam ser impostas sem primeiro atender os interesses das elites. Setores da sociedade, como a classe média e a Igreja Católica, temiam o avanço do movimento comunista. Latifundiários ficaram preocupados com a reforma agrária e a tensão que ela poderia gerar no campo. Empresas multinacionais se sentiram prejudicadas com os limites impostos à remessa de lucros para o exterior.
Desta forma podemos ver que o golpe de 1964 interessava a elite burguesa. A democracia e o bem-estar social da população nada importava se os patrões tivessem seus interesse garantidos.
Percebo também que as políticas populistas não têm mais lugar em nosso tempo atual, pois a manutenção deste tipo de política requer um investimento muito alto entre os indivíduos que integram os cargos administrativos na gestão pública. Através de manobras ilícitas o dinheiro do povo fica nas mãos de uma minoria, para que determinados grupos políticos possam ter capital pra manter-se no poder.   
Hoje, ao longo de mais de quatro décadas de vida, vejo que nosso país a cada dia está mais dividido. Grande parte dos eleitores brasileiros só enxergam o próprio umbigo, colocam o interesse individual sempre à frente dos interesses coletivos.
Só posso acreditar em uma mudança real no Brasil, quando houver uma transformação de comportamento do povo. O inicio desta alteração se dará com uma educação significativa e com a equidade necessária para que uma criança não seja punida com uma educação sem qualidade pela falta de recursos financeiros de seus pais.

Fontes: 


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