quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Zuzu Angel, Chico Buarque e Ditadura Militar

Angélica...

Escutando essa música do Chico começo aqui a falar sobre o filme que há pouco vi no cinema: Zuzu Angel, de Sérgio Rezende.
Antes de entrar na sala de projeção número três estava a ver outro filme na sala sete chamado "Assombrações". Um filme japonês, aparentemente caro e de uma direção de arte muito boa. A história? Péssima. Diria sem pé nem cabeça literalmente. Um filme que poderia NÃO ser de suspense. Sua fotografia era incrível. Houve momentos em que até tive vontade de dar mais uma chance para o filme. Mas não deu... foi quando a atriz principal (muda e constantemente assustada e calada - ela não gritava) caiu em um poço de águas vermelhas com bebêbs "pregados" no teto - um útero. Não suportei.
Vamos para a sala três assistir Zuzu Angel?
Vamos.
Fomos discretamente. Sala lotada. A primeira pessoa que vi foi um quarentão de óculos gigantes (os quais apareceram quase o filme inteiro). Depois fui perceber que a sala estava lotada, afinal, em feriados no meio da semana nessa cidade só nos resta o único cinema que "preste". Resultado: LOTAÇÃO e BARULHOS ESTÚPIDOS (comentários).
Abre-se a barra de chocolate e o filme começa.
Logo de início começo gostando. A abertura é fantástica. Vem com uma boa trilha sonora e fotografias interessantíssimas do período da Ditadura Militar no Brasil.
O filme é narrado em flash back pela personagem principal, Zuzu, interpretada por Patrícia Pillar (até que gostei dela nesse filme). A história é muito interessante. O filme é longo, mas o tempo passou rápido dentro da sala.
O que mais me deixou em êxtase foi o figurino (de Kika Lopes). A cada cena - novas 
formas, novos vestidos, calças. Fiquei sem piscar com os óculos- máscara do final dos anos 60 que apareceram! Quase sentia o cheiro das pessoas, das salas de desfile ou até mesmo das celas de tortura.
Se Zuzu fosse realmente como retrata o filme, posso afirmar que era chiquérrima, fina, forte, bem mulher e ainda amiga do Chico Buarque ("o Felipe Dylon das coroas"). Zuzu era uma mão com unhas sempre de cor vermelha. Um rosto com óculos gigantes 9meio abelhão) e um corpo modelado com roupas de estampas e cortes formidáveis.
Os quadros do filme foram feitos para ELA (Zuzu - Pillar). Até na mais simples roupa de casa ela arrasou. O sapato, os cílios postiços, as cores, as mangas e cortes... FABULOSO.
Vale lembrar que a Piovani está sensacional interpretando a nossa sem-pátria Elke Maravilha. De olhos fuminantes pretos, diálogos desbocados e sem-censura, cabelos esvoaçantes loiro-desbotado e uma tempestade de miçangas no pescoço e anéis gigantes em todos os dedos fazem da interpretação de Luana uma "maravilha"!

E sim, assumo. Acho que gostei mais do figurino do que de qualquer outra coisa do filme.

*E por favor não me entendam mal(vocês... 6 leitores desse blog inerte e solitário). Não sou mais uma garota encantada com o mundo fútil da moda (encantadoramente fútil, eu diria). Lógico que o caráter político e de denúncia que têm o filme EU também levei em consideração. Mas HOJE queria falar do trabalho de Kika Lopes... que foi minucioso e adorável.

*Claro que a Leandra Leal e o fofo do Daniel de Oliveira também foram mais dois pontos positivos.

Angélica - Chico Buarque
--> música que ele fez para Zuzu Angel e que toca na hora que as letrinhas
aparecem e as pessoas se levantam.
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Ele já não pode mais cantar

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