A taxa de inadimplência no ensino superior privado brasileiro cresceu em 2015 e chegou ao seu pior resultado desde 2010. O atrasos de mais de 90 dias em mensalidades atingiu 8,8% das matrículas. Crise econômica e aumento no desemprego estão entre os fatores que colaboraram para esse resultado. No entanto, as restrições de acesso ao Fies (programa de financiamento estudantil federal) a partir de 2015 têm ligação ainda mais forte com a situação.
Os dados são da pesquisa anual do Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior). A taxa de inadimplência do ano passado representa um salto de 12,9% com relação a 2014, quando esse índice havia ficado em 7,8%. "Em 2015, muitos alunos se matricularam na expectativa de conseguir o Fies. Como houve a restrição aos contratos, esses alunos ficaram na instituição, mas sem condições de pagar, colaborando com a inadimplência", afirma Rodrigo Capelato, diretor do Semesp.
A inadimplência do setor foi maior em 2015 do que a taxa de calote das pessoas físicas no Brasil, que ficou em 6,2%, de acordo com dados do Banco Central. A projeção do Semesp para este ano é de estabilidade -perto de 9%. Especialistas em educação temem que a alta do calote nas faculdades afete os alunos de duas formas: aumento das mensalidades, para suportar os gastos com os inadimplentes; e perda de qualidade, com maior lotação das salas para baixar os custos.
Efeito Fies
No últimos anos, só em 2010 a inadimplência foi maior que a do ano passado (de 9,6%). De 2010 a 2014, esse índice havia apresentado melhora, coincidindo com a expansão do Fies. Foi em 2010 que o governo relaxou as regras do financiamento, reduzindo os juros e ampliando prazos de pagamento, entre outras medidas. O número de contratos assinados disparou, chegando a 1,9 milhão em 2014.
A alta nos contratos possibilitou que a taxa de inadimplência chegasse a 7,8% em 2014 (recorde mais baixo da série) mesmo com o movimento de aumento das mensalidades desde 2011. Os preços cresceram, na média, 3% até 2014. De 2000 a 2010, antes do chamado novo Fies, a tendência era de queda nos preços dos cursos.
A partir de 2015 a gestão Dilma Rousseff (PT) aumentou a taxa de juros do Fies, restringiu o acesso a alunos de baixa renda e limitou o número de contratos por ano -ações com o objetivo de reduzir os custos com o programa. Em 2016, as mensalidades continuaram subindo. Segundo dados da CM Consultoria, especializada em ensino superior, os preços cresceram 4% com relação a 2015. De acordo com o consultor Carlos Monteiro, da CM, a maior inadimplência no setor reflete também as prioridades do perfil de alunos. "Esse dado reflete a situação econômica e a retração do Fies. Mas do ponto de vista do alunos e das famílias, há uma hierarquia de pagamentos a efetuar, como aluguel, energia elétrica."
Os dados são da pesquisa anual do Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior). A taxa de inadimplência do ano passado representa um salto de 12,9% com relação a 2014, quando esse índice havia ficado em 7,8%. "Em 2015, muitos alunos se matricularam na expectativa de conseguir o Fies. Como houve a restrição aos contratos, esses alunos ficaram na instituição, mas sem condições de pagar, colaborando com a inadimplência", afirma Rodrigo Capelato, diretor do Semesp.
A inadimplência do setor foi maior em 2015 do que a taxa de calote das pessoas físicas no Brasil, que ficou em 6,2%, de acordo com dados do Banco Central. A projeção do Semesp para este ano é de estabilidade -perto de 9%. Especialistas em educação temem que a alta do calote nas faculdades afete os alunos de duas formas: aumento das mensalidades, para suportar os gastos com os inadimplentes; e perda de qualidade, com maior lotação das salas para baixar os custos.
Efeito Fies
No últimos anos, só em 2010 a inadimplência foi maior que a do ano passado (de 9,6%). De 2010 a 2014, esse índice havia apresentado melhora, coincidindo com a expansão do Fies. Foi em 2010 que o governo relaxou as regras do financiamento, reduzindo os juros e ampliando prazos de pagamento, entre outras medidas. O número de contratos assinados disparou, chegando a 1,9 milhão em 2014.
A alta nos contratos possibilitou que a taxa de inadimplência chegasse a 7,8% em 2014 (recorde mais baixo da série) mesmo com o movimento de aumento das mensalidades desde 2011. Os preços cresceram, na média, 3% até 2014. De 2000 a 2010, antes do chamado novo Fies, a tendência era de queda nos preços dos cursos.
A partir de 2015 a gestão Dilma Rousseff (PT) aumentou a taxa de juros do Fies, restringiu o acesso a alunos de baixa renda e limitou o número de contratos por ano -ações com o objetivo de reduzir os custos com o programa. Em 2016, as mensalidades continuaram subindo. Segundo dados da CM Consultoria, especializada em ensino superior, os preços cresceram 4% com relação a 2015. De acordo com o consultor Carlos Monteiro, da CM, a maior inadimplência no setor reflete também as prioridades do perfil de alunos. "Esse dado reflete a situação econômica e a retração do Fies. Mas do ponto de vista do alunos e das famílias, há uma hierarquia de pagamentos a efetuar, como aluguel, energia elétrica."
PIOR NAS PEQUENAS
A pesquisa do Semesp mostra que as instituições de pequeno porte, com até 2.000 alunos, foram as que mais sofrem com a situação. O índice de inadimplência (com mais de 90 dias de atraso) nesse grupo de instituições foi de 10,4% em 2015. A pesquisa ainda trouxe detalhes sobre a inadimplência nas instituições particulares no Estado de São Paulo. Na região metropolitana, a taxa passou de 4,2% para 4,5%. No interior, a evolução foi de 9,8% para 11,3%. Monteiro lembra que, além da inadimplência, as faculdades enfrentam baixos índices de sucesso. Em 2013 e 2014, mais alunos trancaram matrícula do que se formaram. A situação tem impacto direto no curso que os alunos farão. "As instituições precisam manter as salas cheias. O desafio das empresas será manter as salas cheias com padrão de qualidade", diz. (Folhapress)
FONTE:http://www.ilustrado.com.br/jornal/ExibeNoticia.aspx?NotID=73971&Not=Crise%20e%20Fies%20agravam%20inadimpl%C3%AAncia%20em%20faculdades,%20revela%20pesquisa
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