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Eu fui seu professor!!! Fui aquele que pediu para você virar para frente, parar de conversar, prestar atenção. Aquele que pediu para você refazer algumas respostas, pois acreditava que poderia fazer melhor! Aquele que o fez escrever, ler, discutir, pensar, que lhe deu tarefas e ficou triste quando você não as fez. Chamou a sua atenção, repetiu mil vezes as mesmas coisas.... Fui o “professor exigente”...Sabe por quê? Porque o amava e me preocupei com você, com seu futuro; quis que aprendesse e fosse uma pessoa sensacional. Quando você puder compreender isso, talvez eu já não esteja ao seu lado, mas espero que se lembre de que, um dia, eu me importei com você, que convivemos, estivemos juntos e que tentei ensinar-lhe mais do que o conteúdo da disciplina. Afinal, minha função é formar cidadãos conscientes e ativos para uma sociedade mais justa.
MEC divulga dados do Censo Escolar da educação básica
São
apresentados resultados do número de escolas, de matrículas e de professores
Coletiva
de imprensa com a divulgação dos dados do Censo Escolar da Educação Básica.
Maria Inês, presidente do Inep, Maria Helena de Castro, ministra da Educação em
exercício, Rossieli Soares, secretário da educação básica e Carlos Moreno,
diretor de estatísticas do Inep.
O
Ministério da Educação (MEC) divulgou, nesta quarta-feira (31), o Censo Escolar
da Educação Básica. A pesquisa anual do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é feita para monitorar, avaliar e
elaborar políticas públicas educacionais no país. O país conta com 184,1 mil
escolas — sendo que a maior parte (112,9 mil, o que equivale a dois terços) é
de responsabilidade municipal.
Do total
de colégios, 21,7% são particulares. 116 mil instituições de ensino oferecem
ensino fundamental. O ensino médio é oferecido em 28,5 mil instituições de
ensino que atendem 7,9 milhões de matriculados, dos quais 7,9% têm atividades
em tempo integral (em 2016, eram 6,4%). Já no ensino fundamental, que tem 48,6
milhões de matriculados, a taxa de alunos em período integral é de 13,9%. O
MEC, no entanto, comemorou o aumento das matrículas em escola de tempo integral
em escolas públicas de todo o país e atribuiu esse aumento à Política de
Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Só neste ano, segundo a
ministra em exercício, foram liberados R$ 406 milhões para apoiar estados na
implementação dessas unidades.
A queda
no número de matriculados no ensino médio foi tema bastante discutido na
entrevista coletiva. "O ensino médio vem sendo o grande gargalo da
educação brasileira. Iniciamos o século 21 e o problema permanece. O que esse
dado está mostrando é algo extremamente preocupante", afirmou a ministra
em exercício da Educação, Maria Helena de Castro.
Um dos
problemas apontados por ela e que deve ser analisado é o alto índice de jovens
inativos, ou seja, aqueles que não trabalham nem estudam. "Chama a atenção
pela quantidade. Por isso que o MEC colocou na sua prioridade de agenda a
reforma do ensino médio, uma série de ações e a base curricular", disse a
ministra.
Outro
grande problema é a questão de que muitos alunos estão na escola, mas na idade
escolar errada. Segundo os dados do INEP, isso ocorre tanto pela
reprovação quanto pela alta taxa de abandono escolar, principalmente após o
ensino fundamental. De acordo com o censo, nos anos iniciais, observa-se
menores taxas de distorção nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e São
Paulo, onde, respectivamente, 69,1%, 61,7% e 56,6% dos municípios
apresentaram taxas menores que 5%.
Já nos
anos finais, há uma piora nas estatísticas, em que apenas cinco estados têm
algum município com taxas de distorção idade-série inferior a 5%. Os indicadores
de aprovação também caíram nesta etapa. Para a presidente do INEP, Maria Inês
Fini, há uma cultura de reprovação na sociedade. E isso faz o aluno ficar ainda
mais desmotivado e abandonar o colégio."É uma crença de que a reprovação
agrega conhecimento. E é o contrário. Temos uma difusão da ideia de que a
escola boa é a escola que reprova, mas não. Escola boa é aquela que ensina
todos os alunos diferentes, na idade prevista, aquilo que eles têm que
aprender", disse Fini. "A aprovação revela a trajetória de sucesso
dos alunos. E a reprovação aponta a necessidade de renovar os caminhos",
completou.
O
levantamento foi detalhado em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira
(31), pela ministra da Educação em exercício, Maria Helena Guimarães de Castro.
Foram apresentados os principais números do levantamento estatístico
realizado em 2017 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep).
Problemas de acessibilidade e
estrutura
Chama a
atenção a redução no número de pré-escolas (de 106.204, em 2016, para 105.200,
em 2017) e de escolas de educação infantil (de 117.191 para 116.472). Ao mesmo
tempo, houve crescimento na quantidade de creches, que saltaram de 65.249 para
67.902. As últimas, porém, se destacam pela precariedade em relação à
estrutura, pois 61,1% têm banheiro adequado à educação infantil e apenas 33,9%,
berçário. Na educação infantil, a realidade não muda muito, pois só 32,1% das
escolas contam com banheiro adequado a alunos com deficiência ou mobilidade
reduzida. Mas o Censo aponta uma evolução das matrículas na educação infantil,
especialmente nas creches.
Entre as
escolas do ensino fundamental, o número de matrículas caiu. Um dado marcante em
infraestrutura é o número de unidades com rede de esgoto: menos da metade
(41,6%). Outros 52,3% dispõem apenas de fossa, enquanto 6,1% das escolas não
têm sistema de esgoto sanitário. Os estados da região Norte são os mais
afetados por essa carência estrutural, o que se explicaria, principalmente,
pela menor presença de rede pública de abastecimento nesta região.
Docentes
Mais de
2,2 milhões de professores dão aulas na educação básica brasileira e a grande
maioria é formada por mulheres. Cerca de 80% dos docentes são do sexo feminino,
sendo que destas, mais da metade possui 40 anos de idade ou mais.
Entre os
números das estatísticas do Inep, o percentual de professores com formação mais
adequada para língua estrangeira nas turmas dos anos iniciais do fundamental
foi o mais baixo entre todas as disciplinas: apenas 42% estão devidamente
preparados. O melhor resultado do indicador é para educação física
(69,8%).
Para os
anos finais do ensino fundamental, o Indicador de Adequação da Formação Docente
demonstrou que o pior resultado se dá para a disciplina de artes, já que apenas
31,5% dos docentes possuem a formação adequada para ensinar a matéria. O melhor
resultado é observado em língua portuguesa: 62,5% dos dos professores possuem a
formação mais adequada.
No ensino
médio, a maior carência no indicador está em sociologia, em que apenas 27,1%
têm a formação necessária. Os melhores resultados do indicador de formação são
observados para as disciplinas biologia, língua portuguesa, educação física,
matemática e geografia, com percentuais acima de 70%.