segunda-feira, 8 de junho de 2020

REVOLUÇÃO FRANCESA

                                                                          

A França ainda era um país agrário no fim do século XVIII. Embora o capitalismo já tivesse começado a provocar mudanças em sua estrutura, sua organização social ainda estava baseada em estamentos.


A sociedade francesa era dividida em classes sociais, ou Estados Nacionais:

* 1° estado – clero; cerca de 2% da população.

* 2° estado – nobreza; também 2% da população.

* 3° estado – burguesia: alta burguesia, média burguesia, baixa burguesia (artesãos, aprendizes, proletários, servos e camponeses semi ou livres).

O terceiro estado arcava com o peso dos impostos e contribuições para o rei, o clero e a nobreza. Os outros dois estados não pagavam tributos e ainda viviam a custa do dinheiro público.


A situação da França, no século XVIII, era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime. O Terceiro Estado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por este segmento social, com o objetivo de manter os luxos da nobreza.

Nessa época, a França era um país, que possuía um governo absolutista. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Havia falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar e nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à morte.

A sociedade francesa, do século XVIII, era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social estava o clero, que também tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza; formada pelo rei e sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da sociedade era formada pelo terceiro estado (trabalhadores, camponeses e burguesia) que, como já dissemos, sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. A condição de vida dos desempregados, que aumentavam em larga escala nas cidades francesas, era dramática.

A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria. Por esta razão, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho.

A Revolução Francesa: Queda da Bastilha, fases e principais acontecimentos


A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande, que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luís XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha, em 14/07/1789, marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.

O lema dos revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade ", pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês.

Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França; porém, a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luís XVI e sua esposa Maria Antonieta, foram guilhotinados, em 1793. O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.

No mês de agosto de 1789, a Assembleia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam. E promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento, trazia significativos avanços sociais, que garantiam direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.

Girondinos e Jacobinos
Após a revolução, o terceiro estado começou a se transformar. Em decorrência disso, começaram a surgir partidos com opiniões diversificadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política. Por outro lado, os jacobinos, representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no governo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e defendiam, também, profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres.

A Fase do Terror 

Maximilien de Robespierre: defesa de mudanças radicais

Em 1792, os radicais jacobinos, liderados por Robespierre, Danton e Marat, assumiram o poder e a organização das guardas nacionais. Estas, receberam ordens, dos líderes, para matar qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política foram as principais marcas desta época.


A burguesia no poder 

Napoleão Bonaparte: implantação do governo burguês 

Em 1795, os girondinos assumiram o poder e começaram a instalar um governo burguês na França. Uma nova Constituição foi aprovada, garantindo o poder da burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômicos. O general francês, Napoleão Bonaparte, foi colocado no poder após o Golpe de 18 de Brumário, em 9 de novembro de 1799, com o objetivo de controlar a instabilidade social e implantar um governo burguês. Napoleão assumiu o cargo de primeiro-cônsul da França, instaurando uma ditadura.

Conclusão

A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores, urbanos e rurais, melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu o domínio político e social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. Os ideais políticos, (principalmente iluministas) presentes na França antes da Revolução Francesa, também influenciaram o processo de independência de alguns países da América Espanhola e o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil.

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