segunda-feira, 26 de maio de 2025

A Perseguição dos Maçons pelo Nazismo na Segunda Guerra MundiaL


Durante o regime nazista na Alemanha (1933–1945), diversos grupos foram perseguidos sistematicamente por motivos ideológicos, raciais ou políticos. Embora as vítimas mais conhecidas tenham sido os judeus, os ciganos, os homossexuais e os opositores políticos, os maçons também foram alvo da repressão nazista. A perseguição à maçonaria foi motivada por uma combinação de teorias conspiratórias, ideologia totalitária e uma profunda desconfiança por parte de Adolf Hitler e seus colaboradores quanto às atividades secretas e internacionalistas das lojas maçônicas. 

A aversão do nazismo à maçonaria está enraizada nas teorias conspiratórias que ganharam força na Europa desde o século XIX, especialmente após a publicação dos Protocolos dos Sábios de Sião, um falso documento que alegava a existência de uma conspiração judaico-maçônica para dominar o mundo. Os nazistas adotaram essa narrativa, promovendo a ideia de que os maçons colaboravam com os judeus para enfraquecer a civilização germânica e o cristianismo.

Além disso, o caráter internacionalista, laico e humanista da maçonaria entrava em conflito direto com os princípios do nazismo, que pregava o nacionalismo extremo, a obediência ao Führer, o militarismo e o antissemitismo.

Após a ascensão de Hitler ao poder em 1933, as lojas maçônicas começaram a ser fechadas em toda a Alemanha. O Partido Nazista declarou a maçonaria uma organização inimiga do Estado, e seus membros passaram a ser vigiados, presos e enviados a campos de concentração. Muitos foram executados.

O Decreto de 1935, conhecido como “Gesetz zur Sicherung der Einheit von Partei und Staat” (Lei para Garantir a Unidade do Partido e do Estado), formalizou a proibição das organizações maçônicas, colocando seus bens sob controle do Estado. Estima-se que cerca de 80.000 maçons foram afetados pela repressão nazista na Europa ocupada, com milhares mortos em campos como Dachau e Buchenwald.

O regime nazista também promoveu uma campanha de propaganda agressiva contra a maçonaria. Exposições públicas, panfletos e filmes acusavam os maçons de traição, conspiracionismo e decadência moral. Um exemplo notável foi a exposição “Die Freimaurerei – Weltfeind Nr. 1” (“A Maçonaria – Inimigo Mundial Nº 1”), realizada em 1937 em Dresden, que retratava os maçons como fantoches do judaísmo internacional.

Símbolos maçônicos foram frequentemente usados como prova de suposta conspiração, e a suástica foi promovida como símbolo de pureza ariana em contraste com os emblemas universais da fraternidade maçônica, como o compasso e o esquadro

Apesar da perseguição, muitos maçons participaram de movimentos de resistência ao nazismo, tanto na Alemanha quanto nos países ocupados. Lojas clandestinas foram fundadas, algumas até mesmo dentro de campos de concentração, como é o caso notável da Loja Liberté chérie, fundada por prisioneiros belgas em Esterwegen, em 1943.

A perseguição aos maçons pelo regime nazista foi parte de um projeto maior de controle totalitário e eliminação de qualquer forma de organização independente que pudesse representar uma ameaça à ideologia do Terceiro Reich. Embora menos lembrados do que outros grupos perseguidos, os maçons sofreram intensamente com a repressão, e seu martírio é mais um capítulo sombrio da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto.


Bibliografia

  • BERNHEIM, Alain. The Nazi Persecution of Freemasonry. Southern California Research Lodge, 1997.

  • KAUFMAN, Paul. The Impact of Nazism on the Masonic Fraternity in Germany. The Masonic Society Journal, nº 12, 2009.

  • MOSS, Kenneth. Nazi Ideology and the Holocaust. United States Holocaust Memorial Museum, 2006.

  • UNITED STATES HOLOCAUST MEMORIAL MUSEUM. Persecution of Freemasons. Disponível em: https://www.ushmm.org. Acesso em: abril de 2025.

WILLIAMS, Paul L. The Unholy Alliance: A History of Nazi Involvement with the Occult. Prometheus Books, 2016.

A difícil tarefa de admitir quando estou errado


 




Algo que me incomoda profundamente é lidar com pessoas que acreditam estar sempre certas. Elas demonstram uma convicção inabalável em suas opiniões, mesmo quando os fatos provam o contrário. Quando algo dá errado, jamais assumem qualquer responsabilidade, a culpa, para elas, é sempre do outro.

Esse tipo de comportamento torna a convivência desgastante. Em vez de buscarem soluções ou aprenderem com os erros, preferem apontar falhas, parece sentir mais satisfação em encontrar algo que não funcionou do que em celebrar um acerto, basta um pequeno erro, uma falha mínima, para que aquilo se torne o centro das atenções, alvo de críticas e julgamentos.

Além disso, pessoas com esse perfil costumam ter um alto grau de desconfiança em relação aos que estão ao seu redor. Elas duvidam das intenções dos outros, interpretam gestos simples como ameaças veladas e, frequentemente, sentem-se traídas por situações que sequer envolvem má-fé. Essa constante vigilância, essa sensação de estar sempre cercadas por possíveis adversários, as torna defensivas, frias e, muitas vezes, agressivas em suas reações.

Do ponto de vista neurológico, esse padrão de comportamento está frequentemente associado a uma região do cérebro ligada ao processamento do medo, da ameaça e das emoções negativas que contribui para o foco excessivo nos erros, a dificuldade de confiar e a tendência a se proteger mesmo quando não há risco real. O córtex pré-frontal é a área do cérebro responsável pelo julgamento equilibrado, empatia e tomada de decisões conscientes, acabam sendo menos ativadas. Isso explica por que essas pessoas têm dificuldade em refletir sobre suas próprias atitudes, aceitar críticas ou enxergar as situações sob outros pontos de vista.

A negatividade constante e a desconfiança exagerada contaminam o ambiente. Um maior foco nos defeitos, nos deslizes e nas imperfeições dificulta a possibilidade de crescimento tanto pessoal quanto coletivo. Erros fazem parte da vida e nos ensinam a evoluir. Mas para que isso aconteça, é necessário ter humildade, empatia e maturidade emocional.

Pessoas que não admitem suas falhas, que não se abrem para outras perspectivas e que vivem sob o peso da desconfiança acabam afastando os outros. Convivem em constante tensão, como se estivessem num campo de batalha, e não num espaço de trocas e aprendizados. Em vez de colaborar, competem. Em vez de apoiar, condenam.

A convivência saudável exige diálogo, respeito e, acima de tudo, disposição para ouvir e confiar. Quando se entende que errar é humano, e que confiar nos outros é uma escolha que fortalece os vínculos, as relações se tornam mais leves, construtivas e verdadeiras.


Ednardo Sousa Bezerra Jr.

A Perseguição dos Maçons pelo Nazismo na Segunda Guerra MundiaL

Durante o regime nazista na Alemanha (1933–1945), diversos grupos foram perseguidos sistematicamente por motivos ideológicos, raciais ou pol...