quarta-feira, 30 de novembro de 2011

10 Filmes sobre Mitologia Grega (e Romana)



A mitologia grega procura explicar desde a criação do mundo até os pormenores da vida. Era ensinado às crianças, como forma de prepará-las na compreensão de fenômenos naturais e outros acontecimentos que ocorriam sem o intermédio dos humanos.
Em Roma, a mitologia era bastante semelhante e muitos de seus deuses foram inspirados nos gregos. 
Esta lista traz 10 exemplos de filmes que se utilizaram deste deuses e da antiga literatura, com maior ou menor liberdade.


1.  Fúria de Titãs (2010. Perseu é o filho mortal de Zeus e o único que pode salvá-lo de Hades, o deus das trevas. ele então lidera uma missão por mundos desconhecidos, enfrentando os maiores monstros mitológicos, para derrotar o vilão Hades. o filme foi lançado em 3D, inserido depois das filmagens)

2.  Fúria de Titãs (1981. a primeira versão do mito de Perseu - Harry Hamlin - em sua luta contra Hades e salvar sua amada princesa Andrômeda. hoje os efeitos de stop-motion parecem toscos, mas há 30 anos eram espetaculares. boa diversão)



3.  Malpertuis (só o fato de estar nesta lista já é um SPOILER deste curioso filme belga, dirigido por Harry Kumel em 1971. um marinheiro em passagem por sua cidade natal envolve-se numa confusão, é atingido na cabeça e acorda numa misteriosa mansão gótica, pertencente a um lorde moribundo - Orson Welles. lá encontra sua irmã, parentes e outros excêntricos moradores, num verdadeiro labirinto de personagens da mitologia grega. interessantíssimo)


4.  Percy Jackson e os Olímpianos - O Ladrão de Raios (um garoto descobre que, na verdade é filho do deus Poseidon e que, como ele, muitos semi-deuses adolescentes habitam a Terra. com a ajuda de um sátiro e da filha de Athena, irá enfrentar Hades para provar que não é o ladrão de raios de que é acusado. mais uma tentativa de reeditar o sucesso de Harry Potter... não chegou perto disso)


5.  Hércules (versão animada da Disney das aventuras do herói - na verdade seu nome é Héracles na mitologia grega -, filho de Zeus e Hera que é sequestrado ainda bebê, a mando de seu tio Hades, para que perca seus poderes e possa ser morto. mas o plano dá errado. ao contrário do personagem, um filme fraquinho)


6.  Orfeu Negro (no Carnaval, Orfeu, um condutor de bonde e sambista se apaixona por Eurídice, uma moça do interior, que vai para o Rio fugindo de um estranho, fantasiado de morte. dirigido Marcel Camus, com base na peça de Vinícius de Moraes, por sua vez inspirada no mito de Orfeu, que enfrentou Hades - sempre ele - com a sua música, para resgatar a amada Eurídice. Palma de Ouro em Cannes '59 e Oscar de Filme Estrangeiro)


7.  Jasão e os Argonautas (Jasão retorna após uma viagem de 20 anos e deverá encontrar um velo de ouro - a lã de ouro do carneiro alado Crisômalo -, para recuperar seu trono. assim junta uma equipe, que inclui Hércules, para ir atrás do artefato, enfrentando grandes perigos. bons efeitos, de Ray Harryhausen, para 1963)


8.  E aí Meu Irmão, Cadê Você? (adaptação da Odisséia de Homero para a década de 30, na época da grande depressão americana, com Ulisses - George Clooney -, enfrentando grandes aventuras, para encontrar sua Penélope. deliciosa comédia dos irmãos Coen, num de seus melhores filmes)


9.  Ulisses (versão fiel da Odisséia, onde Ulisses - Kirk Douglas -, após 10 anos de batalhas em Tróia, inicia uma jornada épica para voltar para casa, em Ítaca, e para sua esposa Penélope. percorre mares e caminhos desconhecidos, enfrentando deuses e monstros para seguir vivo ao lado de seus soldados. provavelmente a melhor produção italiana sobre o tema)


10.  Tróia (o príncipe grego Páris provocou uma guerra contra Tróia, ao afastar a bela Helena de seu marido, Menelau. a batalha dura uma década e a esperança de vitória de Tróia está nas mãos do príncipe Heitor e do herói Aquiles - Eric Bana e Brad Pitt. superprodução um tanto decepcionante, baseada na Ilíada de Homero, dirigida por Wolfgang Petersen)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Democracia grega x Democracia contemporânea

Ao falarmos do legado dos gregos para o mundo contemporâneo, percebemos que muitos textos ressaltam como as experiências políticas experimentadas em Atenas serviram de base para a construção do regime democrático. A luta pelo fim dos privilégios aristocráticos e a consolidação de uma sociedade com direitos mais amplos teriam sido os pilares dessa nova forma de governo. Contudo, não podemos afirmar que a idéia de democracia entre os gregos seja a mesma do mundo contemporâneo.                                                                                              Atualmente, quando definimos basicamente a democracia, entendemos que este seria o “governo” (cracia) “do povo” (demo). Ao falarmos que o “governo pertence ao povo”, compreendemos que a maioria da população tem o direito de participar do cenário político de seu tempo. De fato, nas democracias contemporâneas, os governos tentam ampliar o direito ao voto ao minimizar todas as restrições que possam impedir a participação política dos cidadãos.                                                                                                                                    Tomando o Brasil como exemplo, percebemos que a nossa democracia permite que uma parte dos menores de 18 anos vote e que as pessoas com mais de 70 anos continuem a exercer seu direito de cidadania. Além disso, a nossa constituição não prevê nenhum empecilho de ordem religiosa, econômica, política ou étnica para aqueles que desejem escolher seus representantes políticos. Até os analfabetos, que décadas atrás eram equivocadamente vistos como “inaptos”, hoje podem se dirigir às urnas.                                                                                                                                  Para os gregos, a noção de democracia era bastante diferente da que hoje experimentamos e acreditamos ser “universal”. A condição de cidadania era estabelecida por pressupostos que excluíam boa parte da população. Os escravos, as mulheres, os estrangeiros e menores de dezoito anos não poderiam participar das questões políticas de seu tempo. Tal opção não envolvia algum tipo de interesse político, mas assinalava um comportamento da própria cultura ateniense.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     Na concepção desta antiga sociedade, aqueles que não compartilhavam dos mesmos costumes de Atenas não poderiam ter a compreensão necessária para escolher o melhor para a pólis. Além disso, observando o modo como os atenineses viam a mulher, sabemos que tal exclusão feminina se assentava na “inferioridade natural” reservada ao sexo feminino. Por fim, os escravos também eram politicamente marginalizados ao não terem o preparo intelectual necessário para o exercício da política.                                                                                          Dessa forma, não podemos dizer que a democracia ateniense era cingida por uma estranha contradição. Ao contrário, percebemos que as instituições políticas dessa cultura refletiam claramente valores diversos que eram anteriores ao nascimento da democracia grega. Também devemos levar em conta que o nosso ideal democrático é influenciado pelas discussões políticas dos intelectuais que defenderam os ideais do movimento iluminista, no século XVIII.                                                                                                                                              A distância entre a democracia grega e a atual somente corrobora com algo que se mostra bastante recorrente na história. Com o passar do tempo, os homens elaboram novas possibilidades e, muitas vezes, lançando o seu olhar para o passado, fazem com que a vida de seus próximos seja transformada pelo intempestivo movimento de idéias que torna nossa espécie marcada pelo signo da diversidade.                                                                                                                             
Por Rainer Sousa Mestre em História

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Conceito de Democracia

 Paulo Gustavo Bastos de Souza - Estudante
Nenhum termo do vocabulário político é mais controverso que Democracia. Empregado pela primeira vez por Heródoto há quase dois mil e quinhentos anos, a significação do vocábulo tem variado e se transmutado; na prática, através dos períodos históricos, e em teoria nas obras de todos os autores.
A desordem começa na etimologia da palavra e espalha-se em regimes que são ou se dizem democráticos e diferem entre si como termos antônimos. Alguns a definem gramaticalmente, e então se percebe que ela nunca existiu e talvez nunca existirá.Outros procuram descreve-la tal como ela é, e então verificam que houve e há tantas democracias quantos Estados a praticaram e praticam. E há ainda os que a conceituam tal como devia ser, e nessa perspectiva, a inteligência e a imaginação criam sistemas que vão do provável ou possível até magníficas ou atrozes utopias.
Existem muitas definições, portanto. Porém, parece-me comum a todas estas um alicerce que sustenta ser a democracia um regime em que o povo se governa a si mesmo, quer diretamente, quer por meio de funcionários eleitos por lê para administrar os negócios públicos e fazer as leis de acordo com a opinião geral, ou seja, um regime político, uma forma de vida social, um método de existência e cooperação entre indivíduos membros de uma organização estatal.
Baseia-se, na idéia de que cada povo é senhor de seu destino, tem o direito de viver de acordo com as leis que livremente adotar e de escolher livremente a pessoas que, em nome dele e de acordo com a opinião dele, hão de tratar dos interesses coletivos. A democracia, pois, supõe a liberdade e a igualdade.
Aliás, a igualdade perante a lei é inerente à democracia. Portanto, mesmo quando se afirma que todos são iguais perante a lei, ela não significa um tratamento absolutamente igual a todos, pois sendo os homens diferentes, isso seria a suprema desigualdade. Devendo ser igual para todos, a lei procura tratar cada um conforme ele é realmente; ideal difícil de atingir, mas do qual as boas leis democráticas tentam se aproximar sempre mais.
 Tipos de Democracia
-         Direta:
As chamadas democracias gregas, cuja verdadeira noção se assemelha a aristocracias, eram diretas ou participativas, ou seja, os cidadãos reuniam-se freqüentemente em assembléia para resolver os assuntos mais importantes do governo da cidade, tais como declarar a guerra e fazer a paz, escolher magistrados e funcionários, julgar certos crimes etc.
Várias razões permitiram a forma direta de governo do povo pelo povo nos Estados gregos. Em primeiro lugar, a pequena extensão desses Estados, que eram realmente cidades, o que facilitava a reunião freqüente de todos os cidadãos. Em segundo lugar, o número desses cidadãos era pequeno, pois a maior parte da população era escrava ou não tinha direito de voto (crianças, mulheres e estrangeiros). Por fim, os assuntos a resolver eram poucos e de caráter geral. Além de que, com base no sistema escravista, o cidadão grego tinha muito tempo disponível para participar das assembléias.
-         Indireta
Nenhuma dessas condições existe no mundo moderno. Os Estados têm geralmente um grande território, grande população e os negócios públicos são numerosos, complexos, de natureza técnica, só acessíveis a indivíduos mais ou menos cultos e especializados. O número de eleitores nos grandes Estados modernos, como no Brasil, por exemplo, é de muitas dezenas de milhões de cidadãos, espalhados em cerca de oito milhões e meio de quilômetros quadrados. Evidentemente, não seria possível reunir dezenas de milhões de homens para discutir e votar. O governo direto é, pois, praticamente impossível. Além disso, o homem moderno vive entregue a seus afazeres, tem profissão absorvente, não poderia dispor do tempo necessários para discutir e votar milhares de assuntos em dezenas de reuniões anuais.
Necessariamente, pois, as democracias modernas teriam de ser representativas, isto é, o povo não decide diretamente das coisas públicas, do governo, mas sim por meio de representantes eleitos por ele. Ou melhor, o Poder Executivo e o Legislativo não são exercidos diretamente pelos cidadãos, mas sim por pessoas especialmente eleitas para isso.
-         Semidireta
A democracia indireta ou representativa é o sistema comum de governo dos Estados modernos. Nos últimos decênios, porém, a doutrina política e a legislação constitucional preconizaram e adotaram modificações sensíveis no regime representativo, surgindo uma terceira modalidade de democracia, a democracia semidireta. É um sistema misto, que guarda as linhas gerais do regime representativo, porque o povo não se governa diretamente, mas tem o poder de intervir, às vezes, diretamente na elaboração das leis e em outros momentos decisivos do funcionamento dos órgãos estatais, através de alguns institutos, como o referendo, plebiscito, iniciativa, direito de revogação e o veto.
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Paulo Gustavo Bastos de Souza - Estudante do 7º Semestre do curso de Direito da Universidade Federal do Ceará

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