Cláudio Fonteles deixa Comissão da Verdade por divergências internas
Ex-procurador geral da República ocupava a coordenação do grupo
O ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles renunciou ao cargo e está deixando o grupo alegando desentendimentos internos. O pedido de renúncia de Fonteles, onde diz que a decisão é irreversível, já está na mesa da presidente Dilma Rousseff. O ex-procurador da República fazia parte do grupo formado integrantes indicados por Dilma.
- Considerei realmente que o meu trabalho na Comissão da Verdade cumpriu-se, chegou ao fim. Então, entendi por razões estritamente pessoais que era o tempo de encerrar – disse Fonteles, que participou nesta terça-feira do debate sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37 que limita o poder de investigação do Ministério Público.
Desde que o grupo foi formado se dividiu em dois por divergências de método de trabalho. Um liderado por Fonteles e Rosa Cardoso, e o outro por Paulo Sérgio Pinheiro e José Carlos Dias. Com a renúncia de Gilson Dipp por questão de saúde, no início do ano, os problemas se acentuaram. Desde então os integrantes da comissão não conseguiram sequer a chegar a um nome de consenso para indicar na vaga de Dipp. A presidente Dilma delegou ao grupo a decisão sobre a substituição. O nome de Luci Buff foi o único apresentado, mas quando chegou ao gabinete presidencial a indicada desistiu.
Por esses problemas, Dilma decidiu prorrogar o funcionamento da Comissão da Verdade até dezembro de 2014. A lei que criou o grupo estabelecia um período de dois anos de funcionamento (até abril de 2014) . A lei agora terá que ser modificada.
O ex-procurador disse que produziu 150 textos durante o período que esteve no grupo. Ele avalia que sua saída não prejudicará os trabalhos.
- Acho que não, porque não há seres humanos insubstituíveis. Outras pessoas virão e continuarão. Isso faz parte do sistema democrático. Acho muito salutar que venham outras pessoas, que os organismos se renovem e acho que vai tudo continuar bem – disse, minimizando que o governo ou divergências internas tenham pesado em sua decisão:
- Quanto ao governo de maneira alguma. Quanto aquilo já foi noticiado pela imprensa (divergências internas) não pesou, até porque foi sanado. As pessoas que não tinham essa ideia se convenceram de que é útil e fundamental para o país que a Comissão Nacional da Verdade seja um mero instrumento da cidadania. Portanto, provoque o envolvimento da sociedade em defesa permanente e perpétua da cidadania.
Fonte: OGLOBO
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