A pesquisa, além de ser uma via para a construção de conhecimento
e informações, é base para o progresso humano no mundo científico,
tecnológico e cultural. Os Estados Unidos investem em pesquisa e
desenvolvimento 2,7% de seu PIB, o Japão - 3,1%, o Brasil, 1,09%.
Fazer pesquisa, entre as variáveis, é defender uma ideia,
fundamentando-a com bibliografias e dados extraídos do mundo real e, ou das
páginas que são espelhos de mundo. É também fazer consultas através de
questionários, deduções, implicações, comprovações, pessoas
relacionadas ao mesmo tempo para mostrar através de gráficos as
análises e interpretações dos resultados obtidos com a pesquisa. É buscar
novas informações a partir das já existentes e cruzar conhecimentos. É olhar
para o mundo e perceber o "novo".
Não devemos nos silenciar porque outros criam, mas averiguar
se o que está posto corresponde com os fatos, ou com o que deve ser no
que toca a objetividade – sem véu, máscara ou camuflagem ideológica.
Apesar do contentamento de muitos por ter outras pessoas para falar, escrever,
produzir... Pessoas com importantes perspectivas e interesses e
algumas vezes preciosas informações sob diferentes pontos de vista,
estas relações, segundo Kenneth (2009, em seu artigo), parecem ter um
sabor colonial... é como se outros estivessem fazendo as discussões
que necessitamos fazer, dando sentido ao nosso trabalho enquanto educadores.
Há professores que tem medo de externar o que pensa, o que sabe, o que
escreve no véu da insegurança e da falta de apoio.
Os professores enquanto pesquisadores encontram-se em posição
privilegiada, pois são os únicos que podem fornecer uma visão de dentro da
escola e transformá-la num espaço de descobertas. Esta visão não é possível de
ser obtida por outro de fora do ambiente.
Valorizando a pesquisa a partir dos espaços acadêmicos e na escola
via-professor, o autor Kenneth (1998), ao fazer uma abordagem sobre o acadêmico
universitário e o professor pesquisador ressalta a importância da pesquisa em
ambos os segmentos a partir de um espaço comum: a escola como laboratório. A
partir do exposto, percebe-se a necessidade de valorização da pesquisa no
espaço escolar, assim como subsídio com recursos públicos na escola, o que,
consequentemente irá despontar em qualidade da educação e suas
descobertas.
No caso das escolas brasileiras, trabalha-se muito projetos relacionados
a questão curricular e bem pouco a questão educacional em torno de pesquisas
voltadas para o resgate, seja da realidade que se deseja conhecer, ou técnicas
e fórmulas que possibilite a fomentação de uma educação que se ajuste e eleve
seu padrão qualidade dentro dos moldes das novas descobertas
resultantes de experiências vivenciadas no espaço escolar.
Há, no entanto, a necessidade de transformar a escola num espaço de
construção de conhecimento, não apenas reproduzir o que outros escrevem e
pensam, mas interagir tornando-se coautor e criador.
Os alunos, em sua maioria, não buscam respostas para suas dúvidas e
questionamentos acerca de diversos assuntos, quando estão resolvendo exercícios
que necessitam de uma pesquisa dentro do texto ficam desanimados e muitas vezes
desistem não indo além do que lhes é proposto.
A pesquisa pode ser um grande instrumento na construção do conhecimento
do aluno e um despertar para a formação do aluno leitor, e ou, futuro
pesquisador. Por isso se faz necessário, sempre que possível, que o
professor mande algum tema para pesquisa relacionado com o conteúdo, a fim de
contribuir na construção da aprendizagem e da autonomia do educando.
Por meio da pesquisa o aluno tem possibilidade de descobrir um mundo
diferente, coisas novas, curiosidades e o despertar para a leitura. Cabendo
também ao professor, a incumbência de gerenciar e orientar os seus alunos na
busca de informações. Sendo assim, sua função é disponibilizar
referências bibliográficas, temáticas, enfim, oferecer melhores condições de
desenvolvimento da pesquisa.
Além de atuar na orientação da construção de textos a partir do material
pesquisado, o professor deve não só ensinar como retirar as partes mais
importantes do conteúdo pesquisado, como também despertá-lo para uma visão
crítica, estabelecendo umarelação texto-mundo, ou texto contexto. Outro ponto
de grande relevância que se deve abordar é a conscientização de que uma
pesquisa não é uma mera cópia e sim uma síntese de um conjunto de informações,
que deverá ser em outro momento: objeto de debate comentários, discussão,
socialização e exposição.
E como fontes, podem ser usados: livros, revistas, artigos científicos,
enciclopédias, documentários, entrevistas, internet entre outras.
A pesquisa na escola não deve ter apenas o objetivo de ocupar o aluno,
de modo que o mesmo não fique sem fazer nada em casa, sua finalidade vai além,
formar pessoas curiosas acerca do que se passa no mundo. Assim, por meio dessa
busca, o conhecimento será construído pelo próprio educando, levando-o aos
caminhos da autonomia e construindo-se como pesquisador.
ProfºAdilson Motta, 01/08/2011
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