quarta-feira, 30 de novembro de 2011

10 Filmes sobre Mitologia Grega (e Romana)



A mitologia grega procura explicar desde a criação do mundo até os pormenores da vida. Era ensinado às crianças, como forma de prepará-las na compreensão de fenômenos naturais e outros acontecimentos que ocorriam sem o intermédio dos humanos.
Em Roma, a mitologia era bastante semelhante e muitos de seus deuses foram inspirados nos gregos. 
Esta lista traz 10 exemplos de filmes que se utilizaram deste deuses e da antiga literatura, com maior ou menor liberdade.


1.  Fúria de Titãs (2010. Perseu é o filho mortal de Zeus e o único que pode salvá-lo de Hades, o deus das trevas. ele então lidera uma missão por mundos desconhecidos, enfrentando os maiores monstros mitológicos, para derrotar o vilão Hades. o filme foi lançado em 3D, inserido depois das filmagens)

2.  Fúria de Titãs (1981. a primeira versão do mito de Perseu - Harry Hamlin - em sua luta contra Hades e salvar sua amada princesa Andrômeda. hoje os efeitos de stop-motion parecem toscos, mas há 30 anos eram espetaculares. boa diversão)



3.  Malpertuis (só o fato de estar nesta lista já é um SPOILER deste curioso filme belga, dirigido por Harry Kumel em 1971. um marinheiro em passagem por sua cidade natal envolve-se numa confusão, é atingido na cabeça e acorda numa misteriosa mansão gótica, pertencente a um lorde moribundo - Orson Welles. lá encontra sua irmã, parentes e outros excêntricos moradores, num verdadeiro labirinto de personagens da mitologia grega. interessantíssimo)


4.  Percy Jackson e os Olímpianos - O Ladrão de Raios (um garoto descobre que, na verdade é filho do deus Poseidon e que, como ele, muitos semi-deuses adolescentes habitam a Terra. com a ajuda de um sátiro e da filha de Athena, irá enfrentar Hades para provar que não é o ladrão de raios de que é acusado. mais uma tentativa de reeditar o sucesso de Harry Potter... não chegou perto disso)


5.  Hércules (versão animada da Disney das aventuras do herói - na verdade seu nome é Héracles na mitologia grega -, filho de Zeus e Hera que é sequestrado ainda bebê, a mando de seu tio Hades, para que perca seus poderes e possa ser morto. mas o plano dá errado. ao contrário do personagem, um filme fraquinho)


6.  Orfeu Negro (no Carnaval, Orfeu, um condutor de bonde e sambista se apaixona por Eurídice, uma moça do interior, que vai para o Rio fugindo de um estranho, fantasiado de morte. dirigido Marcel Camus, com base na peça de Vinícius de Moraes, por sua vez inspirada no mito de Orfeu, que enfrentou Hades - sempre ele - com a sua música, para resgatar a amada Eurídice. Palma de Ouro em Cannes '59 e Oscar de Filme Estrangeiro)


7.  Jasão e os Argonautas (Jasão retorna após uma viagem de 20 anos e deverá encontrar um velo de ouro - a lã de ouro do carneiro alado Crisômalo -, para recuperar seu trono. assim junta uma equipe, que inclui Hércules, para ir atrás do artefato, enfrentando grandes perigos. bons efeitos, de Ray Harryhausen, para 1963)


8.  E aí Meu Irmão, Cadê Você? (adaptação da Odisséia de Homero para a década de 30, na época da grande depressão americana, com Ulisses - George Clooney -, enfrentando grandes aventuras, para encontrar sua Penélope. deliciosa comédia dos irmãos Coen, num de seus melhores filmes)


9.  Ulisses (versão fiel da Odisséia, onde Ulisses - Kirk Douglas -, após 10 anos de batalhas em Tróia, inicia uma jornada épica para voltar para casa, em Ítaca, e para sua esposa Penélope. percorre mares e caminhos desconhecidos, enfrentando deuses e monstros para seguir vivo ao lado de seus soldados. provavelmente a melhor produção italiana sobre o tema)


10.  Tróia (o príncipe grego Páris provocou uma guerra contra Tróia, ao afastar a bela Helena de seu marido, Menelau. a batalha dura uma década e a esperança de vitória de Tróia está nas mãos do príncipe Heitor e do herói Aquiles - Eric Bana e Brad Pitt. superprodução um tanto decepcionante, baseada na Ilíada de Homero, dirigida por Wolfgang Petersen)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Democracia grega x Democracia contemporânea

Ao falarmos do legado dos gregos para o mundo contemporâneo, percebemos que muitos textos ressaltam como as experiências políticas experimentadas em Atenas serviram de base para a construção do regime democrático. A luta pelo fim dos privilégios aristocráticos e a consolidação de uma sociedade com direitos mais amplos teriam sido os pilares dessa nova forma de governo. Contudo, não podemos afirmar que a idéia de democracia entre os gregos seja a mesma do mundo contemporâneo.                                                                                              Atualmente, quando definimos basicamente a democracia, entendemos que este seria o “governo” (cracia) “do povo” (demo). Ao falarmos que o “governo pertence ao povo”, compreendemos que a maioria da população tem o direito de participar do cenário político de seu tempo. De fato, nas democracias contemporâneas, os governos tentam ampliar o direito ao voto ao minimizar todas as restrições que possam impedir a participação política dos cidadãos.                                                                                                                                    Tomando o Brasil como exemplo, percebemos que a nossa democracia permite que uma parte dos menores de 18 anos vote e que as pessoas com mais de 70 anos continuem a exercer seu direito de cidadania. Além disso, a nossa constituição não prevê nenhum empecilho de ordem religiosa, econômica, política ou étnica para aqueles que desejem escolher seus representantes políticos. Até os analfabetos, que décadas atrás eram equivocadamente vistos como “inaptos”, hoje podem se dirigir às urnas.                                                                                                                                  Para os gregos, a noção de democracia era bastante diferente da que hoje experimentamos e acreditamos ser “universal”. A condição de cidadania era estabelecida por pressupostos que excluíam boa parte da população. Os escravos, as mulheres, os estrangeiros e menores de dezoito anos não poderiam participar das questões políticas de seu tempo. Tal opção não envolvia algum tipo de interesse político, mas assinalava um comportamento da própria cultura ateniense.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     Na concepção desta antiga sociedade, aqueles que não compartilhavam dos mesmos costumes de Atenas não poderiam ter a compreensão necessária para escolher o melhor para a pólis. Além disso, observando o modo como os atenineses viam a mulher, sabemos que tal exclusão feminina se assentava na “inferioridade natural” reservada ao sexo feminino. Por fim, os escravos também eram politicamente marginalizados ao não terem o preparo intelectual necessário para o exercício da política.                                                                                          Dessa forma, não podemos dizer que a democracia ateniense era cingida por uma estranha contradição. Ao contrário, percebemos que as instituições políticas dessa cultura refletiam claramente valores diversos que eram anteriores ao nascimento da democracia grega. Também devemos levar em conta que o nosso ideal democrático é influenciado pelas discussões políticas dos intelectuais que defenderam os ideais do movimento iluminista, no século XVIII.                                                                                                                                              A distância entre a democracia grega e a atual somente corrobora com algo que se mostra bastante recorrente na história. Com o passar do tempo, os homens elaboram novas possibilidades e, muitas vezes, lançando o seu olhar para o passado, fazem com que a vida de seus próximos seja transformada pelo intempestivo movimento de idéias que torna nossa espécie marcada pelo signo da diversidade.                                                                                                                             
Por Rainer Sousa Mestre em História

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Conceito de Democracia

 Paulo Gustavo Bastos de Souza - Estudante
Nenhum termo do vocabulário político é mais controverso que Democracia. Empregado pela primeira vez por Heródoto há quase dois mil e quinhentos anos, a significação do vocábulo tem variado e se transmutado; na prática, através dos períodos históricos, e em teoria nas obras de todos os autores.
A desordem começa na etimologia da palavra e espalha-se em regimes que são ou se dizem democráticos e diferem entre si como termos antônimos. Alguns a definem gramaticalmente, e então se percebe que ela nunca existiu e talvez nunca existirá.Outros procuram descreve-la tal como ela é, e então verificam que houve e há tantas democracias quantos Estados a praticaram e praticam. E há ainda os que a conceituam tal como devia ser, e nessa perspectiva, a inteligência e a imaginação criam sistemas que vão do provável ou possível até magníficas ou atrozes utopias.
Existem muitas definições, portanto. Porém, parece-me comum a todas estas um alicerce que sustenta ser a democracia um regime em que o povo se governa a si mesmo, quer diretamente, quer por meio de funcionários eleitos por lê para administrar os negócios públicos e fazer as leis de acordo com a opinião geral, ou seja, um regime político, uma forma de vida social, um método de existência e cooperação entre indivíduos membros de uma organização estatal.
Baseia-se, na idéia de que cada povo é senhor de seu destino, tem o direito de viver de acordo com as leis que livremente adotar e de escolher livremente a pessoas que, em nome dele e de acordo com a opinião dele, hão de tratar dos interesses coletivos. A democracia, pois, supõe a liberdade e a igualdade.
Aliás, a igualdade perante a lei é inerente à democracia. Portanto, mesmo quando se afirma que todos são iguais perante a lei, ela não significa um tratamento absolutamente igual a todos, pois sendo os homens diferentes, isso seria a suprema desigualdade. Devendo ser igual para todos, a lei procura tratar cada um conforme ele é realmente; ideal difícil de atingir, mas do qual as boas leis democráticas tentam se aproximar sempre mais.
 Tipos de Democracia
-         Direta:
As chamadas democracias gregas, cuja verdadeira noção se assemelha a aristocracias, eram diretas ou participativas, ou seja, os cidadãos reuniam-se freqüentemente em assembléia para resolver os assuntos mais importantes do governo da cidade, tais como declarar a guerra e fazer a paz, escolher magistrados e funcionários, julgar certos crimes etc.
Várias razões permitiram a forma direta de governo do povo pelo povo nos Estados gregos. Em primeiro lugar, a pequena extensão desses Estados, que eram realmente cidades, o que facilitava a reunião freqüente de todos os cidadãos. Em segundo lugar, o número desses cidadãos era pequeno, pois a maior parte da população era escrava ou não tinha direito de voto (crianças, mulheres e estrangeiros). Por fim, os assuntos a resolver eram poucos e de caráter geral. Além de que, com base no sistema escravista, o cidadão grego tinha muito tempo disponível para participar das assembléias.
-         Indireta
Nenhuma dessas condições existe no mundo moderno. Os Estados têm geralmente um grande território, grande população e os negócios públicos são numerosos, complexos, de natureza técnica, só acessíveis a indivíduos mais ou menos cultos e especializados. O número de eleitores nos grandes Estados modernos, como no Brasil, por exemplo, é de muitas dezenas de milhões de cidadãos, espalhados em cerca de oito milhões e meio de quilômetros quadrados. Evidentemente, não seria possível reunir dezenas de milhões de homens para discutir e votar. O governo direto é, pois, praticamente impossível. Além disso, o homem moderno vive entregue a seus afazeres, tem profissão absorvente, não poderia dispor do tempo necessários para discutir e votar milhares de assuntos em dezenas de reuniões anuais.
Necessariamente, pois, as democracias modernas teriam de ser representativas, isto é, o povo não decide diretamente das coisas públicas, do governo, mas sim por meio de representantes eleitos por ele. Ou melhor, o Poder Executivo e o Legislativo não são exercidos diretamente pelos cidadãos, mas sim por pessoas especialmente eleitas para isso.
-         Semidireta
A democracia indireta ou representativa é o sistema comum de governo dos Estados modernos. Nos últimos decênios, porém, a doutrina política e a legislação constitucional preconizaram e adotaram modificações sensíveis no regime representativo, surgindo uma terceira modalidade de democracia, a democracia semidireta. É um sistema misto, que guarda as linhas gerais do regime representativo, porque o povo não se governa diretamente, mas tem o poder de intervir, às vezes, diretamente na elaboração das leis e em outros momentos decisivos do funcionamento dos órgãos estatais, através de alguns institutos, como o referendo, plebiscito, iniciativa, direito de revogação e o veto.
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Paulo Gustavo Bastos de Souza - Estudante do 7º Semestre do curso de Direito da Universidade Federal do Ceará

sábado, 29 de outubro de 2011

Biblioteca Digital Mundial

Conheça a Biblioteca Digital Mundial

A biblioteca contém um arquivo riquíssimo como documentos e livros raros.
Projeto da Unesco contou com colaboração de instituição de vários países.


A Biblioteca Digital Mundial, da Unesco, que já está disponível na internet. Para facilitar a navegação, as informações estão divididas por continentes. Trinta e duas instituições de vários países contribuíram para formar o acervo, que é riquíssimo. São mapas, documentos raros, livros. Pinturas rupestres, fotos e gravuras, como as do Japão.
A busca pode ser feita por período, tema ou lugares - tudo disponível em sete idiomas, entre eles, o português e em alguns casos é possível ouvir as informações. Clique aqui para acessar a Biblioteca Digital Mundial.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A maçonaria no século XXI

Da mais importante instituição do ideário moderno à consolidação das atividades solidárias: as transformações das lojas maçônicas ao longo dos séculos


José Rodorval Ramalho 01/08/2011


A chegada da Maçonaria ao Brasil, no final do século XVIII, pode ser entendida como um dos sinais do processo de modernização do país. A instituição foi o mais importante espaço de divulgação do ideário moderno (mesmo que mesclado com um mais tradicional) e conseguiu atrair uma parcela significativa da elite para dialogar, à sua maneira, com os ideais iluministas emergentes no período.A atividade maçônica formou, a partir do início do século XIX, uma rede de lojas por todo o território brasileiro e organizou o que, provavelmente, foi a primeira atuação política articulada (nacional e internacionalmente) de uma instituição civil de que temos notícia no nosso país. Funcionava como uma espécie de arena para discussões voltadas ao processo de modernização, a Independência, a abdicação de Dom Pedro I, o abolicionismo, a questão religiosa, a separação da Igreja do Estado, o movimento republicano e outros assuntos menos comentados. O ambiente maçônico é um lugar que privilegia discussões filosóficas, atividades filantrópicas, debates sobre a realidade sócio-econômica e cultural. Ao mesmo tempo, a maçonaria é uma instituição secreta, iniciática e, consequentemente, aristocrática, na qual só participam homens (pelo menos no “movimento maçônico regular”), alfabetizados, sem defeitos físicos, maiores de idade e com nível de renda suficiente para assumirem os custos da filiação à instituição; instituição na qual a hierarquia está presente em todos os seus procedimentos, desde a estratificação em graus de iniciação, até os vários níveis de luto quando da morte de seus integrantes.Ao longo do século XX o adensamento da sociedade civil e a consequente emergência de novos atores no espaço público fizeram com que a maçonaria perdesse aquele protagonismo identificado no século XIX. Mesmo assim a organização está presente em todas as capitais e principais cidades do país. Além disso, estima-se que somente o Grande Oriente do Brasil (GOB), uma das federações maçônicas brasileiras, abrigue em torno de 100 mil maçons, nas suas mais de 2.200 lojas. A taxa de crescimento do número dessas lojas girou em torno de 10% nos últimos dez anos. A maçonaria, portanto, não está se desintegrando, continua em expansão.Podemos verificar na solidariedade maçônica um conjunto de atividades que procura apoiar, auxiliar, defender e acompanhar maçons e não-maçons em situações adversas, contingentes ou permanentes. Essas ações que, quase sempre, se desenvolveram por meio das próprias lojas, já se viabilizam a partir de organizações civis criadas especificamente para estes fins.A maçonaria também tem participado intensamente de várias campanhas, entre elas, contra o trabalho infantil e contra as drogas. Tais campanhas são encaminhadas conjuntamente com órgãos estatais (como as prefeituras, Polícia Federal, Ministério do Trabalho), instituições internacionais (como a OIT e a Unesco) e várias outras organizações da sociedade civil.Outro tipo de ação solidária que também pode ser observada no universo maçônico é aquela que socorre imediatamente cidadãos que se encontram em situação de extrema dificuldade de sobrevivência e envolve arrecadação de alimentos, remédios, roupas, cobertores, como é o caso das campanhas de ajuda aos flagelados da seca no Nordeste e aquelas campanhas que se solidarizam com vítimas de outras catástrofes naturais (cheias, epidemias, desabamentos etc.).Muitas ações maçônicas passam despercebidas, não somente pelo fato da instituição primar por certa discrição, mas também porque no imaginário sobre a Ordem sempre se destacaram outros aspectos que giram em torno dos seus segredos rituais, da proibição da participação das mulheres, do seu anticlericalismo, da sua suposta onipresença nos espaços de decisão política e muitas outras representações que foram se fixando ao longo dos tempos e que construíram, muitas vezes, uma imagem distorcida da maçonaria. A pesquisa social, no entanto, tem feito muito pouco para compreender esse tipo de ação da instituição que vem desempenhando um papel importante na formação da nossa cultura associativa, na nossa tradição assistencial e no nosso modelo de voluntariado. Podemos considerar, pelo menos, quatro hipóteses para esse desinteresse: a) a maçonaria se manteve muito fechada ao diálogo com a academia; b) a instituição, de fato, perdeu importância com a expansão do associativismo em geral; c) a maçonaria foi identificada com a ditadura militar em função do seu apoio explícito à contrarrevolução de 64; d) o estudo sobre elites não é o forte da pesquisa social brasileira.O percurso da maçonaria não é linear ao longo da história. Nos três séculos de sua existência, viveu muitos momentos de glória, bem como situações extremamente difíceis. Perseguiu e foi perseguida. Em todos esses momentos, os maçons reinventaram suas próprias tradições para continuar seu caminho. Resta saber se essa força e capacidade continuarão a caracterizar a instituição neste século que se inicia.



José Rodorval Ramalho é professor de Ciências Sociais na Universidade Federal de Sergipe e autor de “Novae sed Antiquae: tradição e modernidade na maçonaria brasileira” (Ed.Ex-libris, 2008).

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Concursos públicos oferecem 25 mil

          Estão abertas 24.584 vagas de emprego em concursos públicos do país. Há oportunidades para todos os níveis – ensino fundamental (equivalente ao primeiro grau), ensino médio (equivalente ao segundo grau) e diploma universitário.
Há vagas no Brasil inteiro para mecânicos, pedreiros, professores, cozinheiras, auxiliares administrativos, técnicos em informática, médicos, advogados, engenheiros, entre outros cargos.

          Os concursos acontecem em pelo menos 22 Estados: Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Roraima, Tocantins, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
A remuneração varia de R$ 300 até R$ 21,7 mil, de acordo com cargo e nível escolar.

Salários
          As maiores remunerações são para as vagas do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 16ª Região e do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que pagam R$ 21.766. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro oferece 50 vagas com remuneração de R$ 20.677,85.

          Serão contratados quatro juízes substitutos pelo TRT da 16ª Região, do Maranhão, e 19 no TRF-3. Para se candidatar é preciso ter pelo menos três anos de experiência com atividades jurídicas.

          O maior número de vagas oferecidas é do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que vai contratar 4.250 candidatos. Para participar é necessário ter ensino médio ou superior e preencher a ficha de inscrição para o concurso até 19 de setembro. Os salários oferecidos são de R$ 800 a R$ 4.000.

          A Marinha, o Exército e a Aeronáutica abriram inscrições para oficiais. Juntas, as corporações oferecem 785 vagas. A única remuneração divulgada, da Marinha, é de R$ 2.200.

FONTE:http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/concursos-publicos-oferecem-25-milvagas-com-salarios-de-ate-r-21-mil-30000822.html?question=0

sábado, 13 de agosto de 2011

Construção do Muro de Berlim completa 50 anos; país



Há exatos 50 anos, a então Alemanha Oriental surpreendeu o mundo ao erguer uma parede de 162 km em apenas 24 horas. O Muro de Berlim, como ficou conhecido, foi construído para impedir que os moradores da parte comunista do país fugissem para o lado capitalista. Mas o paredão de 4 metros de altura, que simbolizou a divisão do mundo em dois blocos, também cortou o país ao meio, separando famílias inteiras e deixando feridas que continuam abertas até hoje na Alemanha, mais de 20 anos após a sua queda.
A construção do muro começou na madrugada de 13 de agosto de 1961. As Forças Armadas da Alemanha comunista derrubaram postes e colocaram barricadas de arame farpado pelas ruas de Berlim para separar os dois lados da cidade.
Principal símbolo Guerra Fria, o muro dividiu por 28 anos a Alemanha em dois blocos: a República Democrática da Alemanha - que seguia o regime socialista liderado pela União Soviética - e a República Federal da Alemanha - sob o regime capitalista.
O objetivo da construção era evitar a fuga de alemães do lado comunista para o mundo capitalista, caminho feito por quase 3 milhões de pessoas desde o final da 2ª Guerra Mundial - eles tentavam escapar de problemas de abastecimento e da situação econômica cada vez pior na Alemanha oriental.
Após a construção do muro, o fluxo de migração caiu drasticamente: estima-se que cerca de 5.000 pessoas conseguiram atravessar a barreira entre 1961 e 1989, ano da queda do paredão.
Para o professor de Ciências Políticas e Relações Internacionais da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Tullo Vigevani, “dividir a cidade de Berlim ao meio simbolizava a divisão do mundo em dois blocos” completamente isolados entre si.
- Cada parte tinha suas próprias regras. O muro não respeitou nada. Ele dividiu ruas, prédios e famílias.
A barreira foi reforçada diversas vezes ao longo dos anos e chegou a possuir não apenas um, mas dois muros de 162 km de extensão, separados por um corredor de 100 metros de largura extremamente militarizado. A zona ficou conhecida como “corredor da morte”.
De acordo com Vigevani, o muro era tão vigiado que, quem tentasse mudar de lado, era recebido com tiros. Segundo estimativas oficiais do governo alemão, 136 pessoas morreram tentando cruzar a barreira.
“Muro da vergonha” segue vivo
A construção do muro só foi possível por causa da “apatia” da sociedade alemã na época, segundo o professor de História Contemporânea da PUC de São Paulo, Amaílton Magno Azevedo. Humilhados pela derrota na 2ª Guerra Mundial, a população não realizou protestos nem manifestações contra o muro. Muitas famílias terminaram separadas por décadas sem que nada fosse feito, diz ele.
A maior conseqüência do “Muro da Vergonha”, como era chamado no ocidente, foi o desenvolvimento desigual entre as duas regiões do país. Até hoje, a parte mais ao leste da Alemanha sofre com indicadores sociais e econômicos muito abaixo do restante do país, que viveu um verdadeiro “milagre econômico” durante os anos de reconstrução no pós-guerra.
A diferença é tanta que o contribuinte alemão chega a pagar um imposto conhecido como “taxa de solidariedade” para ajudar na reconstrução da economia no lado oriental. O que vai durar pelo menos até o ano de 2019.
E mesmo após 22 anos da reunificação da Alemanha, Azevedo afirma que ainda há “feridas abertas” no país.
Em uma pesquisa publicada em 2010 pelo jornal Bild, um dos mais lidos da Alemanha, 23% dos alemães do leste e 24% dos moradores do lado ocidental disseram que gostariam que o muro ainda existisse. Na mesma pesquisa, outros 16% afirmam que seria melhor se a Alemanha voltasse a se dividir. Enquanto isso, 10% dos cidadãos de Berlim afirmaram que a decisão de separar os dois lados da cidade foi “absolutamente adequada”.
Azevedo explica que isso é reflexo de que ainda existem diferenças profundas que só podem ser curadas com o tempo. Para ele, há “um sentimento de vitoriosos e derrotados” e de “ressentimento” entre as duas regiões.
* colaboraram Caio Proença e Mariana Zanon, estagiários do R7

Fonte: construcao-do-muro-de-berlim-completa-50-anos-pais-continua-dividido-mesmo-apos-queda-de-paredao-20110813.html


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Realidade aumentada e outras novidades

Interação entre realidade física e virtual é aposta de cientistas para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem

Quem viver verá: em um futuro próximo, batalhas, personagens e acontecimentos marcantes da história irão literalmente sair dos livros didáticos, misturando-se a realidade imediata dos estudantes e professores. Pelo menos é isso o que garante cientistas em ciência da computação. O que parece coisa de ficção científica nada mais é do que uma tecnologia que vem despertando o interessa na área educacional: a realidade aumentada (RA).

Em linhas gerais, a chamada realidade aumentada é uma tecnologia relativamente simples que integra objetos virtuais ao ambiente físico. Segundo o site www.realidadeaumentada.com.br, esta criação “aplica-se em todos os sentidos humanos e proporciona ao usuário uma interação segura, sem necessidade de treinamento, uma vez que ele pode trazer para o seu ambiente real objetos virtuais, incrementando e aumentando a visão que ele tem do mundo real. Isto é obtido por meio de técnicas de Visão Computacional e de Computação Gráfica/Realidade Virtual, o que resulta na sobreposição de objetos virtuais com o ambiente real. Considerando o sentido da visão, além de permitir que objetos virtuais possam ser introduzidos em ambientes reais, a Realidade Aumentada também proporciona ao usuário o manuseio desses objetos com as próprias mãos, possibilitando uma interação natural e atrativa com o ambiente".

A realidade aumentada ainda é uma tecnologia experimental. Está apenas em seu começo. No entanto, os especialistas em educação acreditam que em breve suas aplicações no ensino e na aprendizagem tornarão as aulas mais ricas, dinâmicas e lúdicas. Pensando nas aulas de história, a idéia é convidar o aluno a tomar parte em um mundo do qual ele nunca viveu, tocou ou experimentou. Isso é fundamental para uma área cujo objeto de estudo não existe concretamente. Além de ilustrar com propriedade conteúdos curriculares, a realidade aumentada pode criar novas técnicas para inclusão do aluno, para o seu envolvimento com as matérias estudadas, para a interação com outros colegas e professores.

Discutindo a realidade aumentada

Enquanto os cientistas trabalham para desenvolver a tecnologia da RA, as discussões filosóficas já começaram. No último dia 20 de julho, o tema foi discutido no evento “Oi Cabeça”, no Rio de Janeiro. Na ocasião, palestraram Daniel Gelder (Metaio) e Rogério da Costa (Laboratório de Estudos em Inteligência Coletiva e Biopolíticas – PUC-SP). Os dois discutiram as mudanças de concepção quando o muro que separa virtual e real desmorona, tornando-se apenas uma questão de gradação, como se aumenta ou diminui o volume de uma música.

Mas quem perdeu, não precisa se preocupar. Com curadoria de Heloisa Buarque de Hollanda e Cristiane Costa, professoras da Escola de Comunicação da UFRJ, O “Oi Cabeça” acontece todo mês, até o próximo mês de dezembro. E não fala apenas de realidade aumentada, mas também de outras novidades tecnológicas.

Ao longo dos próximos meses, o projeto abrirá um espaço importante no debate intelectual, trazendo para o Brasil outros grandes pensadores, como o filósofo Pierre Lévy, radicado no Canadá, e a pesquisadora americana Janet Murray. “O Oi Cabeça vai produzir um diálogo entre pensadores internacionais de ponta e criadores nacionais em busca de algumas respostas à pergunta: até onde pode ir a literatura antes de se tornar uma nova arte, baseada num novo suporte?”, explica Cristiane Costa em entrevista ao site do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC), do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

Confira a programação:

25/08 – 19h30
“O poder da palavra na cibercultura”
Pierre Levy (Universidade de Ottawa Canadá) e Gilberto Gil

21/09 – 19h30
“Literatura expandida”
Janet Murray (Hamlet no Holodeck) e Cristiane Costa (Programa Avançado de Cultura Contemporânea – UFRJ)

19/10 – 19h30
“Os novos gêneros e-literários”
Robert Coover (ELO – Eletronic Literature Organization) e Giselle Beiguelman (O livro depois do livro)

16/11 – 19h30
“Personagens, estratégias narrativas e engajamento nos games”
Ian Bogost (MIT – Newsgames) e Arthur Protasio (Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV-RJ)

7/12 – 19h30
Labfest

O Oi Futuro fica na Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo. A entrada é franca.


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Simpósio Nacional de História 2011

São Paulo sedia o maior evento acadêmico de história do país e número de inscritos reflete o bom momento vivido pela história atualmente


Entre os dias 17 e 21 de julho de 2011, acontece na cidade de São Paulo, o aguardado XXVI Simpósio Nacional de História. O evento será realizado nas dependências do campus da Universidade de São Paulo (USP), uma das universidades mais importantes da América Latina, e marcará as comemorações dos 50 anos de existência da entidade promotora do evento, criada em 1961 na cidade de Marília sob o nome de Associação Nacional dos Professores de História (ANPUH). Transformada atualmente em Associação Nacional de História, a ANPUH se tornou uma referência para os profissionais da área de história, inclusive para aqueles que atuam no ensino fundamental e médio, e nas instituições voltadas ao patrimônio histórico. Os preparativos e os números que envolvem o Simpósio Nacional de História de 2011 dão a dimensão do tamanho que a entidade adquiriu nos dias atuais


No total, serão realizados 130 simpósios temáticos, nos quais serão apresentados centenas de trabalhos de pesquisa de graduandos, mestrandos e doutorandos. Cada simpósio temático gira em torno de um eixo temático e temporal. Educação, História do Tempo Presente, Império Português, América Espanhola e Memória são alguns dos mais de cem simpósios que aceitaram inscrições no primeiro semestre. 

O evento da ANPUH, no entanto, conta com outros espaços de discussão. É o caso dos mini-cursos, das mesas-redondas e das conferências, além de lançamento de livros e fóruns de pós-graduação. Dentre os vários especialistas confirmados para o evento deste ano, estão nomes como o de Sidnwy Chalhoub (UNICAMP), Carlos Fico (UFRJ), Jorge Nóvoa (UFBA), Luiz Felipe de Alencastri (Pairs IV, Sorbone), François Hartog (EHESS-Paris), Edgar Salvadori de Decca (UNICAMP), james Green (Brown University), Danise Rollenberg (UFF) e Maria Lima (UFMS).

O tamanho do evento organizado pela Associação Nacional de História é tão grandioso que nos últimos anos chegou até mesmo a receber algumas críticas. Essas críticas em sua maioria apontam para o excesso de mesas e discussões acontecendo ao mesmo tempo, o número exagerado de simpósios temáticos, o custo para participação no evento e, sobretudo, a pulverização do público diante das múltiplas possibilidades. 

As críticas, entretanto, não diminuíram o prestígio que o evento. A edição de 2011 pode receber mais de duas mil pessoas, entre ouvintes e apresentadores de trabalhos. A procura foi tanta que na última semana para envio de artigos completos o servidor de toda a ANPUH caiu, o que exigiu uma reprogramação por parte dos organizadores. Em última instância, esta intensa procura mostra o interesse que a história vem despertando nos últimos anos no Brasil, ao lado de uma série de outros sinais, como a multiplicação de revistas especializadas, o aumento do número de curso de graduação e pós-graduação, filmes, peças de teatro e outros produtos culturais que colocam a história no centro das atenções. 

E você, participará desta edição da ANPUH nacional, em São Paulo? Participe do fórum que abrimos no Café História. Nele, você pode dizer quais são as suas expectativas e o título de seu trabalho. 

Veja a programação completa e outras informações sobre o Simpósio, clicando aqui.



sexta-feira, 1 de julho de 2011

Governo lança Plano Nacional e promete banda larga a R$ 35 por mês

Os padrões mínimos de qualidade ainda não foram definidos, mas a Agência Nacional de Telecomunicações prometeu criar metas e regras para que o serviço funcione direito.

 O governo lançou o Plano Nacional de Banda Larga. É promessa de acesso mais barato na internet para quase 12 milhões de brasileiros. Banda larga a R$ 35 por mês. Segundo o governo, metade do que é cobrado hoje.
Tem uma tarefa da faculdade que o estudante Jonathas de Morais não consegue fazer em casa: pesquisa. Ele até tem computador, mas não internet. “Eu não tenho em casa por ser uma questão muito cara, mas ela faz muita falta no meu dia a dia, principalmente para conversar com meus amigos e questões também de trabalho de escola”, conta o estudante.
Pelo mesmo motivo, o preço, só 27% das famílias brasileiras estão conectadas. Mas vai ficar mais barato ter um plano de internet. O custo será de R$ 35 por mês. Pelas contas do governo, é metade do peço atual. “Caindo o preço dá para a gente ter uma internet em casa agora”, comemora a dona de casa Maria Aparecida.
Esse valor é para internet com 1 megabit de velocidade por segundo. Não é muito rápida, mas dá para assistir a vídeos e baixar arquivos. As empresas pediram um prazo para oferecer o plano: três meses. O garçom Davi Gonçalves tem uma preocupação: a qualidade do serviço. Ele tem internet em casa, mas diz que a conexão cai o tempo todo.
“Aqui no Brasil a gente sempre teve que pagar muito caro para ter alguma coisa boa, já que o governo tem essa proposta de às vezes oferecer uma coisa mais barata que venha pelo menos com um serviço decente”, diz Davi.
O governo ainda não definiu padrões mínimos de qualidade, mas a Agência Nacional de Telecomunicações prometeu criar metas e regras para que o serviço funcione direito. “Com o regulamento de qualidade, a Anatel vai fiscalizar e vai inclusive punir quem não cumprir os mínimos de qualidade que forem definidos”, garantiu o ministro das Comunicações Paulo Bernardo.
É preciso deixar claro, por exemplo, quantas pessoas vão poder acessar a internet ao mesmo tempo sem provocar falhas na conexão. Para o professor de engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Puttini, as empresas têm um desafio:
“Hoje a gente está realmente bastante atrasado, a gente tem um déficit bastante grande de infraestrutura e isso é um problema que precisa ser resolvido”, opina.

A meta do governo é levar a internet banda larga para 70% dos brasileiros, até 2014.
   

FONTE:http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/07/governo-lanca-plano-nacional-e-promete-banda-larga-r-35-por-mes.html

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A História que está na moda: divulgação científica, ensino de História e internet

Keila Grinberg, professora de história da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), discute divulgação científica, ensino de história e internet em artigo exclusivo para o Café História

Por Keila Grinberg
O advento da internet trouxe novas questões para a produção do conhecimento. Já chamada de “o quadro negro do futuro”, antes do entretenimento online e do e-commerce, ao surgir a internet foi imediatamente atrelada a possibilidades de renovação de métodos de ensino (1), mesmo que o mundo dos negócios tenha avançado bem mais rápido no uso da rede do que o da educação. De qualquer forma, aliar os avanços tecnológicos e da comunicação a novas formas de educar já seduzia professores e universidades desde pelo menos a década de 1960, com a criação das primeiras Universidades Abertas na Europa, dedicadas ao ensino à distância, mais ou menos na mesma época que a linguagem da educação em massa começava a mudar, e a ênfase na palavra “aprendizado” ganhava espaço em relação à quase démodé “ensino”.

Mas o espaço que as chamadas novas tecnologias ganharam no campo da reflexão em Educação não encontrou correspondente similar na área de História. Para além da utilização do computador como ferramenta para construção de bancos de dados, principalmente por especialistas em história econômica, quantitativa ou demográfica – procedimento feito desde a década de 1960 – até recentemente foram poucos os historiadores que se dedicaram a refletir sobre as mudanças que a rede mundial de computadores traria à pesquisa, à produção e à divulgação do conhecimento em História (2).

Como bem notou Camila Dantas, os primeiros historiadores a chegarem na internet foram os amadores, seguidos por centros universitários e instituições de memória. Atualmente, projetos de divulgação científica em História na internet, a maioria localizada nos Estados Unidos, estão mesclados a reflexões mais amplas sobre os documentos produzidos em meio digital e as novas formas de realização de pesquisa acadêmica, como o projeto Digital History, desenvolvido por Daniel J. Cohen e Roy Rosenzweig na George Mason University (3).

Hoje, a maioria das atividades de historiadores na internet é relativa à digitalização de documentos e de acervos de instituições, tanto para preservá-los quanto para torná-los acessíveis a pesquisadores e interessados que dificilmente a eles teriam acesso. No Brasil, além de instituições como a Biblioteca Nacional e o Arquivo Nacional, fundamentais na discussão pública sobre a digitalização de acervos, são importantíssimas as iniciativas de grupos de pesquisa, que vêm elaborando projetos de digitalização e disponibilização online de documentos de outro modo praticamente inacessíveis ao pesquisador.

Estes avanços na disponibilização e tratamento com fontes históricas nos coloca diante de novas e complexas questões: por exemplo, a de como preservar os documentos já criados em formato digital. Este e outros desafios certamente acompanharão o trabalho dos historiadores do futuro.

Assim, creio estarmos diante de vários desafios relativos à História, à internet e à divulgação do conhecimento científico. O primeiro é o enunciado anteriormente, que mobiliza, além de historiadores, arquivistas e cientistas da informação: o desafio da preservação da documentação, produzida em vários suportes, inclusive a própria internet.

Uma história pública?

Outro desafio é a reflexão sobre a forma como o público em geral tem dialogado com os sites que disponibilizam documentos históricos, como processos criminais, registros de batismo, fotografias, relatórios oficiais etc. Hoje é muito mais fácil, para estudantes e interessados em geral, obter informações retiradas das próprias fontes históricas, coisa que anteriormente apenas os historiadores que sabiam localizá-los no mundo real o faziam.

Neste sentido, a maior facilidade em consultar documentos de épocas e locais variados significa uma maior divulgação do conhecimento histórico? Por conta da internet, estaríamos mais perto de uma História Pública, no sentido atribuído ao termo pelo National Council on Public History, qual seja, o de tornar a História, seus procedimentos metodológicos e suas referências, mais acessíveis ao grande público?

Acredito que não. Sendo um pouco pessimista, talvez um dos efeitos de tanta facilidade de acesso, neste caso principalmente a textos, possa até ter sido o contrário: apesar de não termos estatísticas ainda a respeito, é flagrante o aumento de plágios em trabalhos acadêmicos, e não há professor universitário que não tenha uma história triste para contar da ocasião em que se sentiu um policial, procurando crimes de autoria no Google (4).

Talvez aí esteja a maior dificuldade, e ao mesmo tempo o maior desafio, que une tanto o ensino de História quanto a divulgação científica na internet. Ao invés de apenas combater o plágio – que já existia mesmo antes de serem criados os mecanismos de busca, pasmem – trata-se de evidenciar, através da internet, o processo de produção do conhecimento, a começar pela própria noção de autoria, tão discutida no âmbito da criação artística. Afinal, a acessibilidade a textos e documentos proporcionada pela rede mundial de computadores, para ser bem usada, requer conhecimentos prévios sobre confiabilidade e relevância das informações a ser obtidas na internet. Sem elas, o leitor – ou o usuário do sistema – não consegue avançar na leitura e na produção de texto (de qualquer texto, de uma tese a um comentário em um blog).

Como fazer isso? Um caminho possível é criar mecanismos que permitam ao usuário – leitor, estudante, qualquer que seja seu login – conhecer as etapas do processo de produção do conhecimento em História. Assim, saber ler documentos de época, contextualizá-los, criticá-los, cotejar as informações obtidas com outros documentos e com outros textos, verificar a procedência de informações obtidas nestes textos são alguns dos procedimentos que ajudam as pessoas a observar, analisar e classificar informações de qualquer natureza. No caso das informações de natureza histórica, isto é fundamental, tanto para os estudantes de História, quanto para os interessados no assunto.

Refletir sobre o processo de produção do conhecimento histórico talvez não seja o objetivo inicial das pessoas interessadas em História – público potencial das ações de divulgação científica – que buscam a internet como forma de aprimorar seus conhecimentos. Mas talvez esta seja uma surpresa que os historiadores podem reservar a seus leitores: além de divulgar o conhecimento produzido nas universidades, divulgar também seu processo de produção. E a internet, para isso, é um meio extraordinário. Quem sabe se, agindo desta maneira, conseguiremos começar a superar o paradoxo de lidar com uma História ao mesmo tempo tão desestimulante na escola e tão interessante na mídia?

Keila Grinberg - nasceu no Rio de Janeiro em 1971. Graduou-se em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF), na qual concluiu também o doutorado em 2000, após um período como estudante visitante na Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Em 2002, tornou-se professora do Departamento de História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e, desde 2004, é pesquisadora do CNPq.

Hoje, 11 livros e vários artigos e capítulos depois, a colunista continua a estudar a escravidão no Brasil do século 19, mas se dedica também à divulgação científica na área de história e ao desenvolvimento de novas metodologias para incrementar o ensino dessa disciplina nas escolas e universidades. É colunista titular da coluna “Em tempo”, da revista Ciência Hoje Online. Envie críticas, comentários e sugestões para keila@pobox.com

História do Pós-Abolição

A Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ) convida os historiadores especialistas no tema da abolição para participarem do Seminário Internacional "História do Pós-Abolição no Mundo Atlântico". O evento acontecerá nos dis 14,15 e 16 de maio de 2012. Para os interessados em enviar trabalhos, o prazo para submissão das proposta vai até o dia 28 de agosto de 2011. Os trabalhos também podem incluir análises do período anterior à abolição, desde que a questão principal seja o pós-abolição. Até o momento estão confirmados no evento: George Reid Andrews (EUA) Myriam Cottias (França) Kim D. Butler (EUA) e Lea Geler (Argentina).Para maiores informações, clique aqui.

Proclamada no Twitter a Revolução Farroupilha



Jornal de Santa Catarina leva a Revolução Farroupilha para a rede social Twitter e mostra que a divulgação da história pode ser uma aventura muito divertida

O Diário Catarinense encontrou uma forma tão inusitada quanto interessante na maneira de contar a história da Revolução Farroupilha (1835-1845): as mensagens de 140 caracteres da rede social Twitter. Isso mesmo. O jornal de Santa Catarina está contando a história de um dos eventos mais marcantes do século XIX, no Brasil, através dos famosos tuites, como são chamadas as mensagens telegráficas de uma das redes sociais que mais cresce na internet. E o mais interessante: quem conta essa história são os próprios personagens históricos, de Anita Garibaldi a Antônio Netto.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Tradição em ciranda

Fruto da dissertação de mestrado em Sociologia da pesquisadora Danielle Maia Cruz, o livro "Maracatus no Ceará" debate não só a força social e política desta tradição na difusão da negritude, mas também seu dinamismo, que se modifica pelas mãos de novas gerações. O obra será lançada amanhã, às 19 horas, no Mauc

E há quem diga que o Ceará não tem carnaval. Para esses, o Maracatu grita: e nós, que nos preparamos o ano inteiro para fazê-lo? Há ainda quem diga que no Ceará não tem negros. Para esses é que o Maracatu se pinta, revelando a negritude cearense. O negrume, as loas, e até mesmo o menor dos adereços do Maracatu está repleto de representações, e sobre elas escreve a mestre em sociologia Danielle Maia Cruz. Ela lança, amanhã "Maracatus no Ceará: Sentidos e Significados", às 19 horas, , no Museu de Artes da Universidade Federal do Ceará (Mauc).De 2006 a 2008, Danielle estudou o maracatu Nação Iracema, do bairro Jardim Iracema, periferia de Fortaleza. Segundo ela, para além do entretenimento, a tradição é "uma ferramenta de visibilidade social e política para a comunidade".Diante da diversidade do tema, Danielle precisou expandir o estudo de seu objeto, investigando, ainda, sua história. Para tanto, visitou outros grupos cearenses e viajou inclusive para Recife, em Pernambuco."Muitos diziam que nosso maracatu teria vindo de lá, junto com Boca Aberta, fundador do Às de Ouro. O que se pode dizer é que há muitas explicações para essa origem, não apenas a do Recife", defende Danielle. Além da gênese da tradição, a pesquisadora se preocupou em iniciar uma discussão acerca do dinamismo do maracatu, que se vai reinventando com os anos.A respeito disso, ela cita, a aceleração da cadência das loas, por alguns grupos, e um costume adotado, por exemplo, pelo Maracatu Solar, que ao invés do negrume para os rostos, adota ainda o branco e o amarelo.Danielle, que já cursa o doutorado na UFC, mantém o foco na tradição dos carnavais. "Dois anos é pouco para a diversidade de possibilidades que o maracatu nos oferece", defende. Durante o lançamento, o Nação Iracema se apresenta no Mauc.Carnaval e negritude
Maracatus no Ceará: Sentidos e Significados 


Danielle Maia Cruz Edições UFC 2011350 páginas R$ 25
O lançamento ocorre dia 15, às 19h, no Museu de Artes da UFC ( Av. da Universidade, 2854). Contato: (85) 3366.7481

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Centenário de Maria Bonita

Maria Gomes de Oliveira foi uma mulher polêmica. De temperamento forte, foi pioneira no seu métier. Isso lhe trouxe fama e uma série de histórias controversas, além de um apelido que assustava as pessoas: Maria Bonita. Neste ano, a mulher de Lampião teria completado cem anos, se viva, no dia da mulher, 8 de março. Aproveitando a data, João de Sousa Lima, pesquisador do cangaço, já organizou um evento sobre a primeira mulher a ser cangaceira, e agora lança a segunda edição de seu “A trajetória guerreira de Maria Bonita, a rainha do cangaço”. Para ler a notícia completa, publicada pela Revista de História da Biblioteca Nacional clique aqui.

FONTE:http://cafehistoria.ning.com/

SAMU INFORMA: UTILIDADE PÚBLICA IMPORTANTE

As ambulâncias e emergências médicas perceberam que muitas vezes nos acidentes da estrada os feridos têm um celular consigo. No entanto, na hora de intervir com estas vítimas, não sabem qual a pessoa a contatar na longa lista de telefones existentes no celular do acidentado. 

Para tal, o SAMU lança a idéia de que todas as pessoas acrescentem na sua longa lista de contatos o NUMERO DA PESSOA a contatar em caso de emergência. Tal deverá ser feito da seguinte forma: 'AA Emergencia' (as letras AA são para que apareça sempre este contato em primeiro lugar na lista de contatos). 

É simples, não custa nada e pode ajudar muito ao SAMU ou quem nos acuda. Se lhe parecer correta a proposta que lhe fazemos, passe esta mensagem a todos os seus amigos, familiares e conhecidos. 

É tão-somente mais um dado que registramos no nosso celular e que pode ser a nossa salvação. Por favor, não destrua esta mensagem! Reenvie-o a quem possa dar-lhe uma boa utilidade. 

JOSIANE TROCATTI 
Coordenadora Administrativa 
SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência


terça-feira, 7 de junho de 2011

Bullying: problema real

Encarado como um problema grave e universal, o bullying começa a se transformar também em um objeto de um número cada vez maior de estudos e pesquisas. Confira nossa nova matéria e participe dos debates na rede!

Recentemente, o termo inglês "bullying" foi incorporado com sucesso ao vocabulário de professores, coordenadores pedagógicos e estudantes de todo o Brasil. O conceito, derivado da palavra “bully” (valentão, em português), pode ser definido como qualquer atitude agressiva (física ou emocional) exercida por um ou mais indivíduos, tendo como finalidade a intimidação, humilhação ou agressão da vítima. O assunto, no entanto, embora incorporado à agenda pedagógica brasileira, está longe de ser conhecido em suas especificidades. Por muito tempo, a prática do “bullying” foi subestimada ou mesmo ignorada por professores, pais e especialistas em educação. Esse cenário só mudou nos últimos anos, quando pesquisadores e os meios e comunicação passaram a publicar estudos que mostravam que esse tipo de violência é muito mais antiga, universal e danosa do que se imaginava.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

XV Semana de História da UECE

“História para que (m) te quero? Sujeitos Coletivos e o Fazer Historiográfico” é o tema da XV Semana de História, que acontece no período de 30 de maio a 03 de junho próximo. A semana reúne mais 200 participantes, entre professores e alunos de graduação e pós-graduação da UECE e de outras universidades cearenses.  Promovido pelo Centro Acadêmico Calderão do curso de História da Universidade Estadual do Ceará (UECE), com apoio da coordenação na pessoa do Prof. Artur Pinheiro e do Grupo de trabalho História em Movimento. O encontro visa promover uma qualificação e formação acadêmica de seus alunos, através do livre debate acerca de questões específicas para estudantes e também profissionais desta área.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

5º Seminário Nacional de História da Historiografia, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop)

Até 10 de junho está aberta a inscrição para o 5º Seminário Nacional de História da Historiografia, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), em Minas Gerais. O valor da inscrição varia de R$ 30 a R$185.Este ano o seminário tem como tema Biografia e a História Intelectual, e coloca em debate as narrativas da vida e seus entrelaçamentos com as formas de escrever história. O evento é uma realização do Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade (NEHM) em conjunto com a Sociedade Brasileira de Teoria e História da Historiografia (SBTHH). Também será aceita inscrição de ouvintes. Mais informações aqui

Arquivo Café História | Encarte do Professor

Encarte do Professor

Material didático produzido por uma parceria entre o Ministério da Educação e a Revista de História da Biblioteca Nacional ajuda na elaboração de aulas mais ricas e interessantes


Todo bom professor de história está continuamente em busca de materiais didáticos que possam aprimorar cada vez mais suas aulas. Sabendo disso, a Revista de História da Biblioteca Nacional - que nos últimos anos se tornou uma grande parceira dos educadores brasileiros - vem editando e publicando o "Encarte do Professor", material que pode se tornar um verdadeiro aliado para os docentes de história. Várias escolas brasileiras já recebem o encarte e aqueles que ainda não conhecem o projeto, é possível fazer o download do material, na íntegra, no site da revista.

"O Encarte do Professor" (clique aqui para acessar) nasceu de uma parceria entre a Revista de História da Biblioteca Nacional (RHBN) e o Ministério da Educação. Desde 2010, o material didático já está presente nas escolas públicas de todo o país e vem tornando o processo de ensino-aprendizagem de história uma experiência muito mais rica, dinâmica e prazerosa.

Os encartes foram elaborados com o objetivo de oferecer sugestões de trabalhos em sala de aula, com propostas de atividades que buscam despertar a curiosidade dos alunos não só pela História do nosso país, como também pela leitura de um modo geral. Isso não significa que o professor deve abandonar outros materiais, inclusive aqueles que ele já está acostumado a usar em suas aulas. O "Encarte do Professor" agrega valor ao planejamento do professor, além de enriquecer a visão sobre determinados conteúdos programáticos

Bem diagramado e com um layout bastante charmoso (traço inerente aos projetos da RHBN), o "Encarte do Professor" é também de fácil manuseio e possui uma linha editorial bastante cuidadosa. Tanto na forma como as atividades são propostas quanto na sugestão de leituras e autores. No site da revista, além de poder fazer o download dos encartes, o docente pode ainda ter acesso aos artigos citados nos encartes. Dentre os autores, destacam-se nomes como José Murilo de Carvalho, marcos Bretas, René Gertz, Marieta de Moraes Ferreira, Lila Moritz Schwarcz, Caio Boschi e outros importantes nomes da historiografia brasileira. Acesse o site e aproveite o material, inteiramente gratuito. Ele foi feito especialmente para você, professor.

Você já usa os “Encartes do Professor” ou pretende utilizá-los? Clique aqui e diga como você usa ou pretende usar o material em sua escola.

FONTE: Arquivo Café Históri

quarta-feira, 25 de maio de 2011

UM CORDEL SOBRE JIJOCA

ANTONIO PEDRO DE SOUZA

QUANDO QUEREMOS ESCREVER
A GENTE PRECISA SE PREPARAR,
CONTAR COM AJUDA DIVINA
ESTUDAR E PESQUISAR,
OUVIR OS MAIS EXPERIENTES
PARA O TRABALHO SER EXCELENTE
COMO ESSE QUE VOU RELATAR.

MINHA ATENÇÃO NO MOMENTO
VOLTA-SE A UMA CIDADE,
QUE FACINA TODO MUNDO
SEJA DE QUALQUER IDADE,
POR SER UMA DÁDIVA DA NATUREZA
APRESENTA TANTA BELEZA
COM MUITA SIMPLICIDADE.

JÁ DEU PARA DESCOBRIR
A MINHA REAL INTENÇÃO,
ESCREVER SOBRE JIJOCA
MEU BERÇO DE CRIAÇÃO,
ENCONTRO A FELICIDADE
FALANDO DA MINHA CIDADE
TERRA DO MEU CORAÇÃO.
REPITO QUE A NATUREZA
COM EXCELÊNCIA PECULIAR,
POR SUA BENEVOLÊNCIA
PREMIOU ESTE LUGAR,
COM A RIQUEZA NATURAL
QUE NÃO EXISTE OUTRA IGUAL
DENTRO DO MEU CEARÁ.

RELEMBRO AGORA NOSSOS ÍNDIOS PRIMITIVOS
AINDA VIVOS DENTRO DA NOSSA MEMÓRIA,
EMBRENHAVAM-SE PELAS MATAS
TIVERAM LUTAS E ALGUMAS VITÓRIAS,
REFUGIAVAM-SE DAS SECAS, VINHAM À TOA
DESCOBRIRAM A LAGOA
E COMEÇARAM A NOSSA HISTÓRIA.

JI E JOCA, ERAM OS CHEFES
DA TRIBO AQUI RESIDENTE,
QUE DEPOIS SE RETIROU
MAS DEIXOU PRA NOSSA GENTE,
MUITA CONTRIBUIÇÃO
NO COSTUME E NA TRADIÇÃO
ERAM MUITO EXPERIENTES.

ENCONTRAMOS DOCUMENTOS
DO SENHOR GABRIEL BRANDÃO,
NELE CONTINHA MUITA COISA
DOS TEMPOS QUE LONGE VÃO,
UM SENHOR DE NOME DONATO
FOI POSSUIDOR, DE FATO
DA MAIOR PARTE, DO NOSSO CHÃO.

DONATO JOSÉ DE SOUZA
RECEBEU UMA SESMARIA
UM GRANDE LOTE DE TERRA
EM DOCUMENTO, CORRESPONDIA
À MARGEM OESTE DA LAGOA
UMA TERRA MUITO  BOA
PARA O TRABALHO QUE ELE FAZIA.

DONATO TINHA UMA ESPOSA
DOIS FILHOS E DUAS FILHAS,
ASSIM SE CONSTITUIA
AQUELA ILUSTRE FAMÍLIA,
RESPONSÁVEL PELA CONSTITUIÇÃO
DA NOSSA POPULAÇÃO
SEGUNDO, A NOSSA CARTILHA.

UMA FILHA ERA RUFINA
A OUTRA SE CHAMAVA RAQUEL,
UM DOS FILHOS ERA O TORQUATO
ASSIM ENCONTRAMOS EM PAPEL,
ANTONIO LULO COMPLETAVA
A FAMÍLIA QUE TRABALHA
E A DEUS ERA FIEL.

AS TERRAS DE SEU DONATO
FORAM DEPOIS DIVIDIDAS,
ENTRE TODOS OS HERDEIROS
QUE MELHORARAM DE VIDA,
MAS, UM PROBLEMA OCORREU
UM HERDEIRO APARECEU
COM MAIS TERRA ADQUIRIDA.

OS QUE SE ACHARAM PREJUDICADOS
ABRIRAM LOGO A QUESTÃO,
ANTONIO LULO DE SOUZA
NÃO QUERENDO A DESUNIÃO,
O SEU CAVALO SELOU
PARA ITAPIPOCA VIAJOU
FOI BUSCAR UMA SOLUÇÃO.

O SENHOR ANTONIO LULO
EM ITAPIPOCA, CONSEGUIU CHEGAR,
E COM GRANDE AUTORIDADE
PODE SE COMUNICAR,
COM UM SENHOR PROCURADOR
UMA ESPÉCIE DE OUVIDOR
DA ZONA NORTE DO CEARÁ.

A REFERIDA AUTORIDADE
UMA CARTA ELABOROU,
E COM NOME E ENDEREÇO
POR ANTONIO LULO, ELE MANDOU,
UM DOCUMENTO BEM ELABORADO
EM CARTÓRIO, REGISTRADO
AQUELA QUESTÃO, SOLUCIONOU.

NOS DOCUMENTOS DO SR. GABRIEL
A CARTA FOI BEM GUARDADA,
COMO ELE TINHA CUIDADO
ELA FOI BEM CONSERVADA,
FOI ESCRITA EM 1827
PORTANTO, ESCUTE E INTERPRETE
UMA HISTÓRIA COMPROVADA.

COMO É FÁCIL, OBSERVAR
AQUELA FAMÍLIA PROSPEROU,
CENTENAS DE JIJOQUENSES
COM CERTEZA, ELA ORIGINOU,
FAMÍLIA BRANDÃO, FAMÍLIA TEIXEIRA
OS ALBUQUERQUES, SOUSA E FERREIRA
SÃO DESCENDENTES, DAQUELE SENHOR.

TODAS AS PESSOAS DAQUELA ÉPOCA
VIVIAM DA PLANTAÇÃO,
DA MANDIOCA E MELANCIA
MILHO, BATATA E FEIJÃO,
PESCAVAM E CRIAVAM ANIMAIS
TINHAM BOAS RELAÇÕES SOCIAIS
VIVIAM COM UNIÃO.

O TEMPO  PASSA, TUDO MUDA
OS FILHOS COMEÇAM A SE ESPALHAR,
VÃO FORMANDO COMUNIDADES
EM NOVOS LUGARES QUE VÃO MORAR,
VAI AUMENTANDO A POPULAÇÃO
PRATICANDO SEMPRE A RELIGIÃO
EVOLUINDO O NOSSO LUGAR.

FAZENDO UM SALTO NA HISTÓRIA
FACILITANDO A COMPREENSÃO,
NATURALMENTE ACONTECEM
ISTO IMPLICA, EM TRANSFORMAÇÃO,
COISAS INTERESSANTES, VOU EXPLICAR
AQUI TAMBÉM QUERO DESTACAR
UM POUCO DA HISTÓRIA, DA RELIGIÃO.

O DISTRITO DA CAIÇARA
POR MUITO TEMPO LIDEROU,
A RELIGIOSIDADE DO NOSSO POVO
POIS MUITA GENTE ATRAVESSOU
DE UM LADO PARA OUTRO DA LAGOA
REMANDO FORTE NUMA CANOA
PORQUE EM DEUS CONFIOU.

ERA LÁ NA CAIÇARA
QUE OS NOSSOS JOVENS IAM CASAR,
ASSISTIR A MISSA E LOGO DEPOIS
O PADRE IA BATIZAR
APROVEITANDO A OCASIÃO
FAZIA TAMBÉM CONFISSÃO
PARA QUEM QUERIA COMUNGAR.

AS COISAS FORAM MELHORANDO
O SENHOR ELIÉZIO MARQUES ORGANIZOU,
UMA RIFA DE UM GARROTE
A CONSTRUÇÃO DA IGREJA INICIOU
A PADROEIRA FOI ESCOLHIDA
SANTA LUZIA, A PREFERIDA
DEUS NOSSO PAI, NOS ABENÇOOU.

A FESTA DA PADROEIRA
COMEÇOU ACONTECER,
PELA VIZINHANÇA FOI ESPALHADA
MUITA GENTE VINHA VER,
A CIDADE FOI CRESCENDO
O COMÉRCIO DESENVOLVENDO
SENDO MOTIVO DE MUITO PRAZER.

ANTES DA CONSTRUÇÃO DA IGREJA
O GOVERNO DO ESTADO CONSTRUIU
A ESCOLA JOSE TEIXEIRA
A EDUCAÇÃO, LOGO EVOLUIU
TINHA ALGUMAS DIFICULDADES
MAS PARA O BEM DESTA CIDADE
O NOSSO POVO NÃO DESISTIU.

NO ANO DE 1984
O DISTRITO DE CRUZ, BUSCOU  EMANCIPAÇÃO,
JUNTO COM JERICOACOARA
FAZENDO PALESTRA E REUNIÃO
NAS MISSAS O PE. VALDERIR EXPLICAVA
AS VANTAGENS QUE CAUSAVA
PARA O BEM DA POPULAÇÃO.
NÃO QUERIA SE DIVIDIR,
PREGANDO FALSAS HISTÓRIAS
QUERENDO LOGO DESCONSTRUIR
AQUELA SEMENTE DE LIBERDADE
PARA CRIAR NOSSA CIDADE
CRUZ E JERICOACOARA
OPTARAM POR EMANCIPAR,
E ATRAVÉS DA VOTAÇÃO
A MAIORIA QUIS APROVAR
AQUELA EMANCIPAÇÃO
CRUZ E JERICOACOARA, EM UNIÃO
FICARAM LIVRES PRA COMEÇAR.

PORÉM AQUELA UNIÃO
NÃO TEVE COMO SOBREVIVER,
A JIJOCA PRECISAVA
TER O SEU PRÓPRIO PODER,
AÍ COM A INFLUÊNCIA DE UM CIDADÃO
QUE ASSUMIU A COORDENAÇÃO
PARA JIJOCA VENCER.

FALAMOS DE JOÃO JAIME NETO
O MAIOR INTERESSADO,
QUE TINHA GRANDE PRESTÍGIO
JUNTO AO GOVERNO DO ESTADO,
LEVOU O PROJETO DE CIDADE
PARA AS GRANDES AUTORIDADES
E O PLEBISCITO FOI MARCADO.

EM 07 DE SETEMBRO DE 1990
O PLEBISCITO ACONTECEU,
A VOTAÇÃO FOI TRANQUILA
O POVO COMPARECEU,
MOSTRANDO FIDELIDADE
POR UMA NOVA CIDADE
ASSIM, JIJOCA NASCEU.

EM 06 DE MARÇO DE 1991
TASSO JEREISSATI IA VIAJAR,
PARA OS ESTADOS UNIDOS
DA SAÚDE, IA CUIDAR,
JOÃO JAIME LOGO PLANEJOU
LEVOU O PROJETO, O TASSO ASSINOU
NASCEU UMA ESTRELA, PARA BRILHAR.

EM MIL NOVECENTOS E NOVENTA E DOIS
A PRIMEIRA  CAMPANHA,PARA PREFEITO
NOSSO  POVO,FOI ÀS URNAS
ESPANHOL IGUAL A PINZÓN  UM ESTRANGEIRO FOI ELEITO QUE FEZ UM TRABALHO BOM
PELO POVO,BEM ACEITO.

CHEGOU O DIA DA POSSE
A PREFEITURA FOI INSTALADA,
A NOVA CÂMARA, DE VEREADORES
TUDO EM PROPRIEDADE PRIVADA,
COMO PATRIMÔNIO PARTICULAR
O NOVO PREFEITO, FOI  ADMINISTRAR
ESTA CIDADE, TÃO ADMIRADA.

AS ADMINISTRAÇÕES FORAM BOAS,
ISSO NINGUÉM PODE NEGAR
SOMOS DAS MAIS DESTACADAS
ENTRE AS CIDADES DO CEARÁ,
VALORIZADO POR CADA CIDADÃO

NOSSO SISTEMA DE EDUCAÇÃO
E A TENDÊNCIA, É MELHORAR.

AQUI FAÇO UMA PARADA
NESTE RESUMO DA HISTÓRIA,
TENDO PLENA CONSCIÊNCIA
QUE ESTA CIDADE, É CHEIA DE GLÓRIA
A DEUS PAI, NOSSO OBRIGADO
POR UM MUNICIPIO, TÃO ABENÇOADO
MARCHANDO EM BUSCA, DE GRANDES VITÓRIAS.

PARABÉNS PARA JIJOCA
NESTE BONITO CENÁRIO,
ESTA DATA SERÁ MARCADA
PARA SEMPRE NO CALENDÁRIO
SÃO 20 ANOS PASSADOS
DE MUNICIPIO CRIADO
EM 06 DE MARÇO, É SEU ANIVERSÁRIO.



BAIXIO 06/03/2011



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