O grande sonho de muitas mulheres, o casamento, independente da época, é um dos eventos mais importantes nas famílias. Entretanto, profissionais indispensáveis nos dias de hoje, como cerimonialistas e decoradores, ou estruturas como bufês, que oferecem tanto o local para as festas como também podem deslocar o serviço para qualquer lugar, com todo o aparato gastronômico, comuns na atualidade, eram impensáveis nas décadas passadas. Em outros tempos, por mais posses que a família tivesse, toda essa verdadeira indústria de festas não fazia parte do processo de realização das cerimônias.
Gilberto e Regina Egypto no dia de seu casamento, ela com um traje semelhante ao de Grace Kelly quando se uniu ao Príncipe Rainier, de Mônaco. O vestido da ex-atriz de Hollywood que se tornou princesa ainda permanece como referência
De acordo com Regina do Egypto, que se casou com Gilberto na década de 1950, eram as próprias famílias que arcavam com todos os detalhes da organização do grande acontecimento. "Era feito na marra e, mesmo que a família não tivesse experiência, tinha que organizar a festa", conta.
Na época do seu casamento, as igrejas do Centro eram as mais procuradas. "A cidade era menor e não eram permitidos casamentos na Igreja do Pequeno Grande. A Igreja do Coração de Jesus, em que me casei, era a mais requisitada, assim como a Igreja (Nossa Senhora) do Carmo", explica. Após a cerimônia, a casa dos pais era o cenário da recepção. "Os casamentos aconteciam no fim da tarde, e depois eram servidos docinhos e salgadinhos, encerrando com uma ceia", lembra.
Já os vestidos eram encomendados a dona Edméa Mendes, uma das costureiras mais tradicionais desse tempo e também das décadas seguintes, anterior aos vestidos de alta costura, importados dos grandes estilistas.
Pompas e circunstâncias
Nos anos 1980, um dos casamentos de maior destaque foi o da filha do então governador Virgílio Távora, Tereza, com Jorge Henrique Ximenes. Após a cerimônia, na Catedral Metropolitana, os noivos preferiram a discrição e não fizeram uma grande recepção, como era de praxe entre as importantes famílias da sociedade. A comemoração se resumiu a um bolo com champagne no casamento civil e almoço para a família, antes dos noivos viajarem em Lua-de-Mel para os Estados Unidos.
Segundo Tereza Ximenes, nesse tempo, os noivos preferiam viajar pelo Brasil. "Era raro alguém ir para o exterior. Nosso roteiro incluiu um cruzeiro pelo Caribe, seguido de visitas às cidades de San Francisco, New Orleans e Miami".
Na época, o cerimonial era bem diferente do de hoje, assim como a decoração, mas Edméa Mendes ainda era a autoridade na execução dos vestidos de noiva. "Não foi bem um cerimonial, mas um dos primeiros eventos organizados por Tereza Borges, e Jacaúna Aguiar decorou a Igreja. O meu vestido, feito em seda bordada e rebordada com pérolas e cristais, assim como o das seis daminhas, foi assinado por Edméa Mendes", disse.
Pelo mundo
Grace Kelly é considerada até hoje como a "Noiva Perfeita". O vestido, que ainda permanece como referência, foi elaborado por Helen Rose, estilista vencedora do Oscar. Era composto por um decote alto, mangas compridas, corpete ajustado e saia de 20 metros de tafetá de seda. O vestido e o buquê da princesa Diana, em cascata, também foram muito copiados na década de 1980.
Na última década, as tendências tem mudado rapidamente. Baseado nisso, alguns sites especializados fazem listas com ítens que estariam "fora de moda". Entre eles, atraso longo da noiva, vestido com muito brilho e adereços, assim como luvas de cetim e coroa de brilhantes. Contudo, como a festa é do casal, cabe a eles decidir os detalhes da festa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário