domingo, 25 de dezembro de 2016

HISTÓRIA DO CEARÁ

A história do Ceará tem início com a criação da "Capitania do Siará", doada em 1535 a Antonio Cardoso de Barros. Em 1603, uma expedição comandada pelo açoriano Pêro Coelho de Souza fundou na região, a colônia denominada Nova Luzitânia. Juntamente com o grupo, chegou também um rapaz de 17 anos, Martim Soares Moreno, considerado o verdadeiro fundador do Ceará.
Conhecedor da língua e dos costumes indígenas mantinha amizade fraternal com os nativos, o que lhe valeu fundamental apoio para a derrocada dos franceses e holandeses que também pretendiam colonizar a região. Em 1619, depois de muitas lutas contra invasores estrangeiros, naufrágios e prisões, Soares Moreno obteve uma carta régia que lhe dava o título de Senhor da Capitania do Ceará, lá se fixando por muitos anos. Seu romance com a índia Iracema foi imortalizado pelo escritor brasileiro José de Alencar, em seu livro intitulado "Iracema".
O Ceará fez parte do Estado do Maranhão e Grão-Pará em 1621. Foi ainda invadido duas vezes, em 1637 e 1649, pelos holandeses que ocupavam a região onde hoje se encontra o Estado de Pernambuco, mantendo-se a ele subordinado até conquistar sua autonomia, em 1799. O desenvolvimento da pecuária em Pernambuco e na Bahia levou criadores a ocuparem o interior do Ceará. As vilas foram se formando junto às grandes fazendas ou nos pontos de descanso das tropas vindas do sul.
Em 1824, o Ceará participou da Confederação do Equador[1], juntamente com os Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. O Estado começou a se desenvolver na segunda metade do século XIX, com a chegada da navegação a vapor, das estradas de ferro, da iluminação a gás e do telefone. Foi a primeira província brasileira a libertar os escravos, em 1884, e também uma das primeiras a aderir à República.
O Ceará é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado na Região Nordeste e tem por limites o Oceano Atlântico a norte e nordeste, Rio Grande do Norte e Paraíba a leste, Pernambuco a sul e Piauí a oeste. Sua área total é de 146.348,30 km², ou 9,37% da área do Nordeste e 1,7% da superfície do Brasil. A população do estado em 2014 era de 8,843 milhões habitantes, conferindo ao território a oitava colocação entre as unidades federativas mais populosas[2].
A capital e maior cidade é Fortaleza, sede da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Outras cidades importantes fora da Região Metropolitana de Fortaleza são, Juazeiro do Norte e Crato na Região Metropolitana do Cariri, Sobral na região noroeste, Itapipoca na região norte, Iguatu na região centro-sul e Quixadá no sertão. Ao todo são 184 municípios.
O estado é conhecido nacionalmente pela beleza de seu litoral, pela religiosidade popular e pela imagem de berço de talentos humorísticos. A jangada, ainda comum ao longo da costa, é considerada um dos maiores símbolos do povo e da cultura cearenses. O Ceará concentra 85% de toda caatinga do Brasil, bioma relacionado às estiagens que, aliado a políticas ineficientes, castigam a população do campo, da qual a maioria ainda é pobre.
O Ceará é conhecido como "Terra da Luz", numa referência à grande quantidade de dias ensolarados, mas que também remonta ao fato de o estado ter sido o primeiro da federação a abolir a escravidão, em 1884, quatro anos antes da Lei Áurea. Por esse fato, o jornalista José do Patrocínio considerou o estado como "a terra da luz".
Para alguns historiadores, o nome Ceará este de ciará "canto de jandoin", no dizer dos índios; outros vêem a formação da palavra em ceuro "canto forte" e zara "pequena arara". Há quem veja no nome Saara, a origem. Os primeiros exploradores da terra viram notável semelhança na região com o famoso deserto africano. Apresenta-se o étimo ci e araã "moléstia do calor"; lugar sujeito às moléstias do calor ou da seca.



[1] Confederação do Equador foi um movimento revolucionário, de caráter emancipacionista e republicano ocorrido em 1824 no Nordeste do Brasil, tendo como centro irradiador a província de Pernambuco. Representou a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora do governo de D. Pedro I (1822-1831), esboçada na Carta Outorgada de 1824, a primeira Constituição do país. A revolução queria a formação de uma república baseada na constituição da Colômbia.
[2] FONTE: http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=ce

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