segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A VIDA ESCOLAR


Por: Ednardo Sousa Bezerra Júnior

Este texto trás uma breve história da escola, instituição esta que passou por várias mudanças, no entanto, ainda está muito longe de ser a adequada para as necessidade do mundo atual. É notório que as nossas escolas ainda tem a suas salas de aula bem parecidas com as do século XIX, onde os alunos ficavam entre quatro paredes, enfileirados e com a presença do todo poderoso professor.
Já os professores atuais, em sua maioria, parecem está no ainda século passado, embora a maioria desses profissionais que estão na ativa, tenham tido suas primeiras formações no inicio do século XXI, tem suas práticas, ainda tradicionalistas e saudosistas, afinal sempre tem um ou outro que vive de dizendo que bom era antigamente.
O aluno, este sim estar na vanguarda do sistema educacional, já nasceu multimídia, a tecnologia faz parte do seu dia a dia, tem o mundo de informações na palma da mão através da tela de um celular.          
Partindo deste novo aluno podemos refletir sobre o pensamento de Freire (2010) em sua obra pedagogia da autonomia, onde afirma que toda educação verdadeira é auto-educação, cujo fim é permitir ao homem o auto-encontro, dando a ele o direito de reger o próprio destino, de torná-lo capaz de ser seu artífice como os deuses são os obreiros do mundo que nos cerca.
Compreende-se, portanto, que a escola tem hoje como maior desafio ensinar a pensar porque o mundo somente vai mudar se os nossos pensamentos também mudarem.
As famílias tem na escola a expectativa de oferecer melhor qualidade de vida ao seus filhos. O processo de escolaridade tem a função social de formar o cidadão, isto é, construir conhecimentos, atitudes e valores que tornem o estudante solidário, crítico, ético e participativo. Segundo essa perspectiva, o desenvolvimento humano se caracteriza como o processo de contínua aproximação e diferenciação do outro e do contexto social e cultural na linha do tempo.
O papel da escola na formação da infância e da adolescência, envolve um processo histórico de institucionalização da educação escolar. Sempre esteve fortemente ligado às forças econômicas, às mudanças políticas e à própria matriz cultural da sociedade ocidental. Examinar as práticas sociais da escola possibilita perceber que esta é um contexto vivo, orgânico e dinâmico. Assim a escola desempenhou um papel importante na construção social do sentido de infância e da adolescência.
É na escola que o indivíduo fortalece seu meio social, percebe a existência de hierarquias em outras instituições diferente da instituição família. Esta percepção ocorre com a presença do professor, coordenador, diretor e outros profissionais da escola.
Na escola o aluno é levado a obedecer as regras da instituição. Como nos aponta Ariès (1981), a disciplina da escola começou a ser introduzida pela organização moderna dos colégios, quando pela norma “o diretor e os mestres deixavam de ser primi inter[1] pares para se tornarem depositários de uma autoridade superior” (p. 180)
Dessa maneira, o controle autoritário e hierarquizado dos colégios permitiu, desde o século XV, o estabelecimento e fortalecimento de um sistema disciplinar cada vez mais rigoroso.
O aluno contemporâneo, tem em mente um modelo diferente de vida, do que é apresentado nas escola, uma metodologia engessada pela tradicionalidade do atual sistema escolar, que por vez limita a criatividade de individuo.  
Acreditamos que a escola tem o potencial de promover a autotransformação do sujeito em relação à trajetória escolar e em relação aos relacionamentos humanos (FREIRE, 1982). Ao mesmo tempo, ela se vê diante do desafio de atualizar-se, de incorporar às suas práticas pedagógicas os múltiplos sentidos das experiências vividas na infância e adolescência.
O professor, figura central desse processo, merece atenção especial uma vez que também se encontra em desenvolvimento, negociando com seus alunos e com o contexto, suas próprias transformações.

FONTE: “Cultura escolar e práticas sociais: episódios cotidianos da vida escolar e a transição para a adolescência”. Autores Luciana de Oliveira Campolina e Maria Cláudia Santos Lopes de Oliveira




[1] Primus inter pares (PIP) é uma expressão latina que pode ser traduzida como primeiro entre iguais. A frase indica que uma pessoa tem maior dignidade (ou experiência) entre outros do mesmo nível ou ofício. No contexto eclesiástico, diz-se do bispo que - apesar de ter a mesma autoridade que os outros bispos - sustenta um título de honra entre eles.

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