Por: Ednardo Sousa
Bezerra Júnior
Este
texto trás uma breve história da escola, instituição esta que passou por várias
mudanças, no entanto, ainda está muito longe de ser a adequada para as
necessidade do mundo atual. É notório que as nossas escolas ainda tem a suas
salas de aula bem parecidas com as do século XIX, onde os alunos ficavam entre
quatro paredes, enfileirados e com a presença do todo poderoso professor.
Já os
professores atuais, em sua maioria, parecem está no ainda século passado, embora
a maioria desses profissionais que estão na ativa, tenham tido suas primeiras
formações no inicio do século XXI, tem suas práticas, ainda tradicionalistas e
saudosistas, afinal sempre tem um ou outro que vive de dizendo que bom era
antigamente.
O
aluno, este sim estar na vanguarda do sistema educacional, já nasceu
multimídia, a tecnologia faz parte do seu dia a dia, tem o mundo de informações
na palma da mão através da tela de um celular.
Partindo
deste novo aluno podemos refletir sobre o pensamento de Freire (2010) em sua
obra pedagogia da autonomia, onde afirma que toda educação verdadeira é auto-educação, cujo fim é permitir ao homem o
auto-encontro, dando a ele o direito de reger o próprio destino, de torná-lo
capaz de ser seu artífice como os deuses são os obreiros do mundo que nos cerca.
Compreende-se, portanto, que a escola tem hoje como maior desafio ensinar a
pensar porque o mundo somente vai mudar se os nossos pensamentos também
mudarem.
As famílias tem na escola a expectativa de oferecer
melhor qualidade de vida ao seus filhos. O processo de escolaridade tem a
função social de formar o cidadão, isto é, construir conhecimentos, atitudes e
valores que tornem o estudante solidário, crítico, ético e participativo. Segundo
essa perspectiva, o desenvolvimento humano se caracteriza como o processo de
contínua aproximação e diferenciação do outro e do contexto social e cultural
na linha do tempo.
O
papel da escola na formação da infância e da adolescência, envolve um processo
histórico de institucionalização da educação escolar. Sempre esteve fortemente
ligado às forças econômicas, às mudanças políticas e à própria matriz cultural
da sociedade ocidental. Examinar as práticas sociais da escola possibilita
perceber que esta é um contexto vivo, orgânico e dinâmico. Assim a escola
desempenhou um papel importante na construção social do sentido de infância e
da adolescência.
É na
escola que o indivíduo fortalece seu meio social, percebe a existência de hierarquias
em outras instituições diferente da instituição família. Esta percepção ocorre com
a presença do professor, coordenador, diretor e outros profissionais da escola.
Na
escola o aluno é levado a obedecer as regras da instituição. Como nos aponta
Ariès (1981), a disciplina da escola começou a ser introduzida pela organização
moderna dos colégios, quando pela norma “o diretor e os mestres deixavam de ser
primi inter[1]
pares para se tornarem depositários de uma autoridade superior” (p. 180)
Dessa
maneira, o controle autoritário e hierarquizado dos colégios permitiu, desde o
século XV, o estabelecimento e fortalecimento de um sistema disciplinar cada
vez mais rigoroso.
O
aluno contemporâneo, tem em mente um modelo diferente de vida, do que é
apresentado nas escola, uma metodologia engessada pela tradicionalidade do
atual sistema escolar, que por vez limita a criatividade de individuo.
Acreditamos
que a escola tem o potencial de promover a autotransformação do sujeito em
relação à trajetória escolar e em relação aos relacionamentos humanos (FREIRE, 1982).
Ao mesmo tempo, ela se vê diante do desafio de atualizar-se, de incorporar às
suas práticas pedagógicas os múltiplos sentidos das experiências vividas na
infância e adolescência.
O
professor, figura central desse processo, merece atenção especial uma vez que
também se encontra em desenvolvimento, negociando com seus alunos e com o
contexto, suas próprias transformações.
FONTE: “Cultura escolar e práticas sociais: episódios cotidianos da vida
escolar e a transição para a adolescência”. Autores Luciana de Oliveira
Campolina e Maria Cláudia Santos Lopes de Oliveira
[1]
Primus inter pares (PIP) é uma expressão latina que pode ser traduzida
como primeiro entre iguais.
A frase indica que uma pessoa tem maior dignidade (ou experiência) entre outros
do mesmo nível ou ofício. No contexto eclesiástico, diz-se do bispo que - apesar de ter a
mesma autoridade que os outros bispos - sustenta um título de honra entre eles.
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