sábado, 25 de fevereiro de 2017

HISTÓRIAS DE TRANCOSO.




Tudo começou com o escritor português de nome Gonçalo Fernandes Trancoso, publicar o livro "Contos e Histórias de Exemplo", em Portugal no século XVI. Este livro foi editado pela primeira vez no ano de 1575, passou a ser uma referência nos contos populares. A expressão "histórias de Trancoso" é muito comum em Portugal e no Brasil, passando a denominar todo conjunto de histórias populares transmitidas pela tradição oral.

QUEM TE MATOU ?

Um homem, certo dia, saiu da cidade andando a pé, e junto a uma porteira, longe de habitações, deu com uma caveira feia como só podem ser a morte e o pecado.
Levianamente, deu-lhe um pontapé e caçoou:

- Quem te matou, caveira?

Mas qual não foi o seu espanto, quando, com um estalar dos ossos muito brancos, lavados de chuva e estorricados ao sol, a caveira respondeu:

- Foi a língua.

O pavor o sacudiu com ímpeto. Saiu por ali afora numa doida carreira, e dentro de pouco tempo estava novamente na cidade. Na sua excitação, contou a toda gente o que lhe acontecera.

- Não pode ser - diziam.
- Foi. Juro. Eu vi. Eu ouvi. Junto a uma porteira.
- Uma caveira falando? Alucinação, meu amigo.
- Verdade.

Alguns acreditavam, outros não. A maioria, não. Mas a notícia correu a cidade, cercou-a, voou até o palácio do rei.
O rei mandou chamar o moço.

- Que história é essa?

O moço contou tudo, ainda se arrepiando de se lembrar do susto.

- Ela respondeu, juro, majestade.

O rei se desencostou do trono e, com um dedo em riste, sacudindo-o diante do nariz do moço, falou:

- Vou lá ver isso. Sou curioso. Mas veja lá, se for mentira sua, e você me fizer bancar o bobo, eu te mando pendurar na primeira árvore que encontrarmos.

- Foi verdade, majestade - murmurou o moço.
Aprestara, então, um grande cortejo. Ia adiante o rei no seu cavalo branco, ricamente ajaezado, com aperos de ouro e prata. E depois, os nobres, suntuosamente vestidos. E os soldados. Tudo aquilo fulgia ao sol. Bem adiante, caminhava o moço a pé, com as mãos amarradas. Tudo estacou junto à porteira. Parecia uma festa. Os que riam e caçoavam calaram-se ao ver a caveira, tão maligna parecia. Trêmulo, o moço perguntou:

- Quem te matou, caveira?

A caveira quieta estava e quieta ficou.
O moço pensou que talvez tivesse falado muito baixo. Em voz mais alta, mas insegura, interpelou novamente:

- Quem te matou, caveira?

E a caveira, quieta.

- Quem te matou, caveira? - gritava agora, com os olhos esbugalhados, saltadas as veias do pescoço, e um pavor infinito apertando-lhe o coração.

- Quem te matou, caveira? Quem te matou, caveira?

E a caveira muito branca, luzindo ao sol, em silêncio. O moço perdeu a cabeça, começou a dar-lhe pontapés, o golpe soava cavo, e ele ia atrás dela novamente, de um para outro lado, suando, rugindo.

- Quem te matou, caveira?

Apanharam-no, veio o carrasco no seu camisolão vermelho, fez o nó corrediço com dedos ágeis, e o moço ficou enforcado numa árvore à beira do caminho, enquanto a comitiva voltava, aparatosa mas sem animação, para a cidade.

Ficou tudo em silêncio, no campo. Não passava viva alma. Decorreram as horas quentes do dia, anoiteceu. Quando se adensaram as primeiras sombras, aconteceu uma coisa extraordinária. A caveira, que não parecia dotada de movimento, rolou um pouco sobre si mesma e veio, aos pulos. Pulou até chegar sob a árvore onde estava o enforcado. E ali, com o feio buraco das órbitas vazias virado para cima, perguntou:

- Eu não te falei que quem te matou foi a língua?
 


 Fonte: http://silnunesprof.blogspot.com.br/2009/10/historias-de-trancoso.html

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

REBANHOS HUMANOS

                                                                         




Nos primórdios da humanidade, o homem, assim como os demais animais vivia em bandos. Desta forma, os rebanhos e seres humanos deslocavam-se na busca de pastagens e clima mais propícios conforme as estações do ano e de suas necessidades de sobrevivência, este movimento migratório era a relação entre a vida e a morte.
Segundo Hamilton Werneck (2008, p.15), “estávamos diante de uma estrutura social em que homens e mulheres conviviam sem a perspectiva da hierarquia entre eles. O controle e a autonomia dão lugar à confiança”. Portanto uma sociedade igualitária onde o bem comum era regra e não exceção. 
Com a evolução dos hominídeos, surgiu a agricultura, a escrita e tantos outros confortos, de modo que o homem deixou a sua condição de nômades e passar a vida sedentária, e mais tranquila. 
Chega o momento em que humanos constrói as primeiras civilizações, surgindo os clãs e tribos tipicamente patriarcais. Agora os rebanhos tinham dono, estavam cercados ou eram vigiados.
O bicho homem passa a ter agora a preocupação de ser dono, de mandar e esta no nível mais alto da estrutura hierárquica de sua comunidade. O poder de controlar os seus iguais passar a ser uma constante entre os rebanhos de homem que na pré-história viviam em uma sociedade primitiva e socialista.
Na nossa atualidade estamos cercados e vigiados por devoradores de homens, que vivem do suor das classes dominadas. Estes dominadores que jogam migalhas ao povo, que na maioria das vezes são analfabetos políticos, integrantes de uma sociedade que priva o cidadão de uma educação libertadora e crítica, a fim de produzir cópias humanas como em modo de produção fordista, que refere-se aos sistemas de produção em massa ou também chamado de linha de produção.
Até mesmo as ideologias teológicas foram distorcidas em prol do controle da massa, “a religião, antes uma evocação mística de deuses e deusas que refletiam o equilíbrio do universo, dá lugar a deuses que surgem como autoridades normativas, arbitrárias e que exigem total submissão e obediência”. (MATURANA, 1993)
Destarte, quando Zé Ramalho canta Admirável Gado Novo, gravado pela primeira vez em 1979, percebemos que fazemos parte de uma massa popular  que trabalha duro em nossa  caminhada, e damos muito mais do que recebemos.

Podemos concluir que vivemos em uma política arcaica e somos vigiados feitos gado constantemente a fim de não atrapalhar as metas traçada para o povo pela elite dominante que além de ser detentora da maior parte das riquezas materiais, também é proprietária do voto do povo, afinal, é esta mesma elite que decide quem deve ou não pastorear o rebanho.  

                                         Prof. Ednardo Sousa Bezerra Jr.
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A cultura local

Prof. Ednardo Júnior

A construção de identidades pessoais e sociais está relacionada à memória, já que tanto no plano individual quanto no coletivo ela permite que cada geração estabeleça vínculos com as gerações anteriores. Os indivíduos, assim como as sociedades, procuram preservar o passado como um guia que serve de orientação para enfrentar as incertezas do presente e do futuro.
O encino de história local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador / educando / sociedade e o meio em que vivem e atuam.
Ao priorizar o meio cultural e suas manifestações como forma de conhecimento de uma cultura de grupo familiar e comunitário, o estudo da cultura local visa a compreensão, o significado e a importância das ações humanas, que são consideradas também culturais. Ao inserir no estudo as práticas culturais dos grupos familiar e comunitário, objetiva-se, provocar no estudante universitário, um “abrir-se a alma” da cultura de um grupo, como cita Freire (1995, p.110). Portanto, envolver-se no cotidiano nas mais diferentes formas, constitui uma forma de compreender a História e a trajetória de vida de seu povo. Para Bittencourt (2004, p. 172)

A história do “lugar” como objeto de estudo ganha necessariamente, contornos temporais e espaciais. Não se trata, portanto, ao de proporem conteúdos escolares da história local, de entendê-los apenas na história do presente ou de determinado passado, mas de procurar identificar a dinâmica do lugar, as transformações do espaço, e articular esse processo às relações externas, a outros “lugares”.





Melhor evolução e educaional no Brasil é do Ceará

Ceará tem as maiores evoluções nos índices do 5º ano para Matemática e Português. Especialista aponta continuidade de políticas públicas na área


O Ceará apresenta as maiores evoluções entre os números de 2013 e 2015 de alunos do 5º ano do ensino fundamental que têm conhecimento adequado à idade. Com aumento de 15,6 e 8,5 pontos percentuais em Português e Matemática, respectivamente, o Estado passou de 45,4% para 61% em Português — o 6º melhor percentual do Brasil e o melhor do Norte e Nordeste; e de 35,4% para 44% em Matemática — o 11º melhor percentual do País, também no topo regional.
Os dados fazem parte de relatório da Meta 3 do Todos Pela Educação (TPE) — Todo aluno com aprendizado adequado ao seu ano —, realizado com base na proficiência dos alunos nas avaliações da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2015. O movimento considera que tem aprendizado adequado o aluno que atinge ou supera as seguintes pontuações em Português e Matemática: 200 e 255 no 5º ano do Ensino Fundamental; 275 e 300 no 9º ano do Ensino Fundamental; e 300 e 350 no 3º ano do Ensino Médio.
Analisados os percentuais de cidades onde os alunos atingiram o nível satisfatório de aprendizagem, o Estado tem 94,9% de municípios que alcançaram a meta no 5º ano em Português — o índice mais alto entre os estados da federação. O feito se repete na mesma disciplina no 9º ano, com 73% dos municípios com a meta batida. Na avaliação de Matemática, com índice de abrangência dos municípios de 89,2%, o Ceará é o segundo colocado, atrás apenas do Acre. No 9º ano, apesar do índice baixo de 22,6% dos municípios no patamar desejado, o Estado é o que apresenta a melhor taxa no País.
Para o gerente de Conteúdo do TPE Ricardo Falzetta, “o desempenho do ensino fundamental I mostra que algumas políticas públicas, como o Programa de Aprendizagem na Idade Certa (Paic), deram resultado”. “Existem críticas que se pode fazer, mas tem uma continuidade e ele foi aperfeiçoado ao longo dos anos”, aponta.
Rogers Mendes, coordenador de Gestão Pedagógica da Secretaria da Educação do Estado (Seduc), afirma que o Mais Paic deverá, nos próximos anos, ampliar os bons resultados para os anos finais do ensino fundamental e também para o ensino médio.
O Estado tem nove cidades entre as 100 melhores em Português e 14 entre as com maiores índices em Matemática no 5º ano, em um universo dominado por municípios do Sudeste e do Sul.
No 9º ano, são duas e quatro as cidades entre as 100 com mais altos índices do País. “O Ceará é talvez o único Estado que tem um nível sócio-econômico abaixo da média brasileira e que está conseguindo resultados na educação acima da média”, destaca Falzetta.
Domitila Andrade

domitilaandrade@opovo.com.br


FONTE:http://www.opovo.com.br/jornal/cotidiano/2017/01/melhor-evolucao-no-pais-e-do-ceara.html

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

A história do lápis por Paulo Coelho

 O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:
- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E por acaso, é uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.

O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.

“Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade”.
“Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas lhe farão ser uma pessoa melhor”.
“Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça”.
“Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você”.
“Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação”.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Temas Transversais




Ensino Fundamental de 1ª a 4ª Série 

O trabalho em sala de aula não se restringe ao momento da aula, ao trabalho com o conteúdo. O professor, como mediador entre o aluno e o conhecimento formal, e entre o aluno e a sociedade, tem um papel mais abrangente. A sua mediação pressupõe não só o trabalho com o conteúdo explícito, mas também a criação de um espaço para que o aluno reflita sobre os valores e atitudes que devem permear seu comportamento, como aluno e cidadão, e sobre os valores e atitudes que deverão permear sua vida quando for adulto e tiver que desempenhar outros papéis.
Para que isso ocorra, é preciso que o repertório do aluno, seu currículo oculto, possa se manifestar em sala de aula por meio de discussões, leituras, pesquisas, atividades variadas. Essas diferentes formas de expressão podem ocorrer tanto nas aulas de biologia quanto nas de matemática, geografia ou educação física. Todos os envolvidos no processo educacional são responsáveis pela formação de cidadãos éticos e conscientes de sua cidadania, o que pressupõe o conhecimento dos direitos e deveres de todos.
O conceito de transversalidade adquire o verdadeiro sentido no projeto curricular da escola, na medida em que se cruzam e se encadeiam disciplinas. Isso diz respeito não só a atitudes, mas também a procedimentos e conceitos.
Transversalidade e interdisciplinaridade alimentam-se mutuamente, uma vez que o tratamento das questões trazidas pela temática transversal expõe as inter-relações entre os objetos do conhecimento. Não é possível trabalhar temas transversais sem uma visão interdisciplinar.
Embora o conteúdo dos temas transversais seja contemplado pelas áreas e não represente um aprendizado à parte, nos PCNs todos os temas têm explicitados os conceitos, procedimentos, atitudes e valores a serem ensinados e aprendidos.
Nos PCNs estão propostos os seguintes temas transversais:
Meio ambiente: cujo objetivo é fazer com que o aluno adquira noções sobre o meio ambiente, que perceba as relações que condicionam a vida, para poder se posicionar de forma crítica diante do mundo e para que domine métodos de manejo e conservação ambientais.
Pluralidade cultural: cujo objetivo é permitir que o aluno conheça o patrimônio cultural brasileiro, que reconheça a diversidade como um direito dos indivíduos, que repudie toda e qualquer forma de discriminação e preconceito por raça, classe social, crença religiosa ou sexo.
Ética: cujos objetivos são aprofundar o entendimento do conceito de justiça baseado na eqüidade, sensibilizar o aluno para a necessidade da construção de uma sociedade justa, estimulá-lo a adotar atitudes solidárias, de cooperação e de repúdio às injustiças sociais.
Saúde: cujo objetivo principal é fazer com que o aluno perceba que saúde é direito de todos. Para isso, terá de compreender que a saúde é produzida nas relações com o meio físico e social, e terá de adquirir hábitos de higiene e cuidados consigo próprio.
Orientação sexual: cujos objetivos principais são fazer com que o aluno aprenda a respeitar a diversidade de comportamentos relativos à sexualidade - desde que esteja garantida a dignidade do ser humano , conheça o próprio corpo, expresse seus sentimentos, respeite os afetos dos outros.
Trabalho e consumo: cujo objetivo é indicar como a educação escolar poderá contribuir para que os alunos aprendam conteúdos significativos e desenvolvam as capacidades necessárias para atuar como cidadãos, nas relações de trabalho e consumo.

Hamilton Werneck fala sobre a importância da Ecopedagogia


Ecopedagogia é um conceito ainda em construção. É  defendido mais como um movimento, do que como uma nova teoria de educação. 

Não é mais uma forma de pedagogia, ao lado de outras pedagogias. A ecopedagogia  só  tem  sentido como projeto alternativo global onde a preocupação não está apenas na preservação da natureza (Ecologia Natural) ou no impacto das sociedades humanas sobre os ambientes naturais (Ecologia Social), mas num novo modelo de civilização sustentável do ponto de vista ecológico (Ecologia Integral) que implica uma mudança nas estruturas econômicas, sociais e culturais. 
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ENSINO-APRENDIZAGEM: COMO ENTENDER ESSE PROCESSO?

Muitos pesquisadores consideram o ensino e a aprendizagem termos indissociáveis na construção do conhecimento. Assim, não se pode compreender a importância do primeiro, sem reconhecer o significado a que o segundo nos remete nessa construção. Sabe-se que esses conceitos sofreram várias transformações no decorrer da história de produção de conhecimento pelo homem. Nesse sentido, o processo ensino-aprendizagem tem sido caracterizado de diferentes formas, ora procura dar ênfase à figura do professor como detentor do saber, responsável pela transmissão do conhecimento, ora vem destacar o papel do aluno como sujeito aprendiz, construtor de seu conhecimento.
Por seguirem trajetórias paralelas, os estudos e as pesquisas sobre o como se ensina e o como se aprende demonstram que hoje não existe uma forma única para compreender esse processo. Entretanto, nas últimas décadas, percebe-se uma crescente contribuição por parte das investigações realizadas na área da psicologia, as quais vêm propondo uma mudança significativa para as práticas escolares, visto que essas reflexões têm provocado um deslocamento no eixo-pedagógico, mudando a valorização de como e quem ensina, para a preocupação de quem aprende e de como se aprende.
No entanto, para o professor entender melhor o contexto atual e refletir criticamente sobre suas ações, faz-se necessária uma breve retomada sobre as tendências pedagógicas que influenciaram e vêm influenciando o ensino e a aprendizagem ao longo da história educacional. As tendências pedagógicas foram evoluindo e foram divididas em cinco abordagens, dentre as quais algumas colocaram como seu maior objetivo o refletir, o pensar e o fazer do professor.
A primeira abordagem a ser retomada é a “Tradicional”. Nessa teoria, o processo ensino-aprendizagem era totalmente centrado no professor. Tinha como objetivo principal formar o aluno ideal, contudo não se levava em conta seus interesses.
Para Mizukami (1986, p.12), nessa abordagem, quanto mais rígido o ambiente escolar, mais concentrado e voltado para a aprendizagem o aluno se mantinha. O professor era visto como mero repassador de conteúdo e o aluno como um ser passivo no processo. As habilidades desenvolvidas no aluno eram a memorização e a repetição. Em seguida, vem a abordagem “Comportamentalista”. Teoria baseada no empirismo que vê o aluno como produto do meio. E o experimento é a base do conhecimento, que, segundo Skinner, estudioso dessa abordagem, o comportamento resulta de um condicionamento operante. A resposta esperada do aluno ocorre quando ela é estimulada por meio de reforços.
O professor é aquele que planeja, organiza e controla os meios para atingir seus objetivos, os quais são estruturados em pequenos módulos, conhecidos como estudos programados.
 A abordagem “Humanista” apresenta seu enfoque no aluno. Segundo Mizukami (1986), a ênfase dessa teoria ocorre por meio das relações interpessoais e do crescimento que delas resulta. Nessa teoria, a preocupação maior do professor deve ser a de dar assistência aos alunos, ele deve agir como um facilitador da aprendizagem.
O  conhecimento resulta das experiências do aluno, o qual é capaz de buscar por si só os conhecimentos. A quarta abordagem é a “Cognitivista”. Segundo Mizukami (1986, p.59), essa abordagem percebe a aprendizagem de forma científica, como um produto do meio, resultante dos fatores externos. Preocupa-se com as relações sociais sem deixar de privilegiar a capacidade do aluno em assimilar as informações. Nessa teoria, o professor, além de planejar os conteúdos, preocupa-se em trabalhá-los da melhor forma, adequando-os ao desenvolvimento dos alunos.
Aqui o professor é visto como um coordenador e o aluno como um sujeito ativo em seu processo de aprendiz. Na abordagem “Sócio-Cultural”, a relação professor- aluno ocorre de forma horizontal e não impositivamente. Isso significa que as relações autoritárias são abolidas dessa teoria. A ação pedagógica do professor e do aluno volta-se para uma prática histórica real.
Segundo Freire (1975), o educador e o educando são sujeitos do processo educativo, ambos crescem juntos nessa perspectiva. O professor e o aluno trabalham procurando desmistificar a cultura dominante. Dessa forma, à medida que os alunos participam do processo de construção do conhecimento, mais críticas se tornarão suas consciências. Com essa rápida retomada das principais teorias que contribuíram historicamente no processo ensino-aprendizagem, é possível perceber que sempre houve uma preocupação, por parte da sociedade, em adequar as teorias às realidades de cada período histórico.
Hoje, levando em consideração que a sociedade exige uma nova consciência humana, busca-se, com a pedagogia “Histórico-Crítica” discutida e apresentada por Saviane, uma forma de superar as dificuldades até então encontradas na construção efetiva do conhecimento. Saviane sustenta, nessa concepção de ensino-aprendizagem, uma teoria dialética, na qual a construção se dá num movimento dinâmico entre o conhecimento empírico e o conhecimento científico.
Com base nos estudos desenvolvidos por Saviane dentro da Pedagogia Histórico-Crítica, Gasparin (2005) apresenta de forma organizada uma proposta para o desenvolvimento eficaz de ensino e aprendizagem. Trata-se de um método pedagógico totalmente voltado para a transformação social. Pois, por maior avanço que possa ter ocorrido no contexto educacional, percebe-se ainda que os conteúdos escolhidos, a metodologia utilizada e a postura profissional adotada por muitos educadores revelam uma visão de mundo nem sempre condizente com as propostas pedagógicas vigentes.
Na tentativa de romper com algumas práticas que ainda privilegiam o exercício da repetição e da memorização nas escolas, Gasparin (2005) busca fundamentar uma proposta, baseada também na teoria Histórico-Cultural de Vigotsky, a qual considera e privilegia os conhecimentos que os alunos já trazem de casa, bem como estimula a aquisição daqueles que os discentes precisam saber.
Dentro dessa metodologia, o autor apresenta cinco passos, tendo início com a Prática Social Inicial. Nesse primeiro passo, o aluno precisa sentir-se estimulado e respeitado, só assim sentirá segurança em expressar o que sabe e o que deseja aprender. É o momento em que se iniciam as discussões sobre o conteúdo a ser trabalhado e construído.
A partir das colocações que vão sendo apresentadas pelos alunos, dos questionamentos realizados e das informações que recebem sobre o conteúdo que será trabalhado pelo professor, constrói-se o segundo passo, que é a Problematização. Esse é um dos momentos mais importantes, pois, dependendo do encaminhamento desse passo, os alunos manifestarão interesse ou não pelo que vai ser estudado.
Na Problematização, escolher as perguntas mais importantes é uma forma de garantir a participação ativa dos alunos no processo. É um momento de confronto entre os conhecimentos apresentados pelo professor e os trazidos pelos alunos.
Quanto maiores e mais ricas as experiências apresentadas, melhores serão as análises entre teoria e prática. A problematização é um dos momentos mais ricos do planejamento da aula, pois a partir desse passo se define o que realmente precisa ser estudado e aprofundado. Nesse momento, o aluno deve receber várias informações para que possa estabelecer relações com a sua realidade.
Em seguida, para que o aluno crie, recrie e incorpore o conteúdo que está sendo trabalhado em sua vida, é preciso sistematizá-lo, é o momento da Instrumentalização.
Na instrumentalização, o professor, por meio de uma ação bastante mediada, irá junto com os alunos identificar os princípios práticos e teóricos do conteúdo estudado. Num quarto momento, ocorre a Catarse[1], compreende-se que aqui o aluno é capaz de apresentar um posicionamento mais elaborado da Prática Social, integrando os conhecimentos que já conhecia com os científicos.
Considera-se que esse é o momento de apropriação do conteúdo. Para Gasparin (2005, p. 130), no momento da Catarse social feita com base em necessidades criadas pelo homem. Nesse momento, esse conhecimento possui uma função explícita: a transformação social. Assim, o aluno vai percebendo que ele também é autor da história, visto que, de posse da compreensão do conhecimento, passa a entender melhor a sua realidade.
Num último momento, conhecido como Prática Social Final, o aluno finalmente vai colocar seus conhecimentos em prática. Pode-se dizer que o horizonte de expectativas dos alunos vai ser ampliado. A Prática Social Inicial vai ser agora alterada. E o aluno passa a perceber a realidade de forma diferente, entendendo melhor seu entorno, sendo capaz de reformulá-lo caso seja necessário.
Nessa teoria, professor e aluno modificam-se. Assim, o aluno vai percebendo que ele também é autor da história, visto que, de posse da compreensão do conhecimento, passa a entender melhor a sua realidade.
REFERÊNCIAS

CALLIGARIS, C. A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000. CANDAU, V. M. Reinventar a Escola. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
CARVAJAL, G. Tornar-se adolescente: a aventura de uma metamorfose. São Paulo: Cortez, 1998.
CHARLOT, B. Relação com o saber, Formação dos Professores e Globalização. Porto Alegre: Artmed, 2005.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 19 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
GALVÃO, I. Uma concepção Dialética do desenvolvimento infantil. Rio de Janeiro: Vozes,1995.
GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3 ed. Campinas: Autores Associados, 2005 GUILLOT G. O resgate da autoridade em educação. Porto Alegre: Artmed. 2008.
MIZUKAMI, M da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
PIMENTA, S. G. (Org.) Professor Reflexivo no Brasil. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2005. SAVIANI, D. Pedagogia Histórico Crítica: Primeiras aproximações. 6. ed. São Paulo: Autores Associados, 1997.
VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.



[1] Psicanálise: É provocar em outra pessoa, de forma controlada, o despertar de emoções contidas e omitidas, que precisam ser despertas e expostas, para a liberação de bloqueios emocionais.

Condicionamento Operante - Experiência de Rufus Skinner

O condicionamento operante é um tipo de aprendizagem que envolve a vontade do sujeito, ou seja, o sujeito é activo. O comportamento é aprendido através do reforço, que pode ser positivo ou negativo. Rufus Skinner apresentou experimentalmente o condicionamento operante, como alternativa ou complemento ao condicionamento clássico de Watson. A questão básica para ambos os modelos era o estabelecimento de respostas a factores determinantes. Enquanto o condicionamento clássico é controlado pela associação de estímulos, o condicionamento operante é controlado pelas suas consequências – estímulos (reforços) que se seguem às respostas.
- No condicionamento operante, uma resposta é fortalecida pelo seu reforço ou enfraquecido pela sua extinção.
- Um operante é uma série de actos ou acções que, pelas consequências que geram, são fortalecidos ou enfraquecidos de modo a aumentar ou diminuir a probabilidade da sua ocorrência.
 - Reforço: Refere-se a qualquer estímulo que aumenta a força de algum comportamento operante.
1. Reforço Positivo: estímulo que tem consequências positivas, agradáveis e que se segue a um determinado comportamento.
2. Reforço negativo: o sujeito evita uma situação dolorosa, se se comportar de determinado modo.
Foi o investigador Rufus Skinner que, através de uma experiência, descobriu o modo como tantas das nossas aprendizagens se processam e se mantêm. A experiência feita por ele, mostrou que muitas acções que temos dependem do reforço.

O investigador colocou um rato na "caixa de Skinner" que liberta alimento quando é accionada. Inicialmente, o animal explorou o ambiente cheirando e deambulando no interior da gaiola. De seguida, e por acaso, o rato accionou a alavanca e recebeu uma porção de alimento. A partir de várias tentativas bem-sucedidas, o rato passou a premir a alavanca para receber o alimento. Esta experiência mostrou que o rato aprendeu a receber o alimento através do reforço positivo.


Depois disto, Skinner colocou um rato numa caixa cujo chão produzia choques eléctricos que eram eliminados se uma alavanca fosse accionada. Então, o rato aprendeu que, para evitar a dor, deveria premir a alavanca.

Skinner considerou que o propósito da psicologia é controlar o comportamento dos organismos individuais. Limitou o estudo psicológico científico ao comportamento observável do organismo através da observação sensorial e definiu a Psicologia como a ciência do comportamento manifesto.

O comportamento é ”(...) o movimento de um organismo ou das suas partes num quadro de referências oferecido pelo próprio organismo ou por vários objectos externos ou campo de força”. (Rufus Skinner)
A aprendizagem é definida como uma mudança na probabilidade de resposta, quase sempre provocada por condicionamento operante, processo pelo qual uma resposta se torna mais provável ou mais frequente, porque a resposta é fortalecida – reforçada.

Joana Almeida

FONTE:http://mentesbrilhants.blogspot.com.br/2011/06/condicionamento-operante-experiencia-de.html

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

O Professor como Mediador no Processo Ensino Aprendizagem




O mundo está mudando e isso está ocorrendo a uma velocidade sem precedentes na evolução histórica da humanidade. A globalização, o surgimento de novas tecnologias, como o avanço das telecomunicações e da informática, contribuem para que ocorra mudanças, também, na Educação. A interação professor - aluno vem se tornando muito mais dinâmica nos últimos anos. 



O professor tem deixado de ser um mero transmissor de conhecimentos para ser mais um orientador, um estimulador de todos os processos que levam os alunos a construírem seus conceitos, valores, atitudes e habilidades que lhes permitam crescer como pessoas, como cidadãos e futuros trabalhadores, desempenhando uma influência verdadeiramente construtiva.

A Educação deve não apenas formar trabalhadores para as exigências do mercado de trabalho, mas cidadãos críticos capazes de transformar um mercado de exploração em um mercado que valorize uma mercadoria cada vez mais importante: o conhecimento. Dentro deste contexto, é imprescindível proporcionar aos educandos uma compreensão racional do mundo que o cerca, levando-os a um posicionamento de vida isento de preconceitos ou superstições e a uma postura mais adequada em relação a sua participação como indivíduo na sociedade em que vive e do ambiente que ocupa. 



O desafio de contribuir com a educação do jovem e do cidadão, num momento de mudanças e incertezas e a necessidade de resgatar valores tão importantes condizentes com a sociedade contemporânea leva o professor a entender que deverá exercer um novo papel, de acordo com os princípios de ensino-aprendizagem adotados, como saber lidar com os erros, estimular a aprendizagem, ajudar os alunos a se organizarem, educar através do ensino, entre outros.

O aluno precisa adquirir habilidades como fazer consultas em livros, entender o que lê, tomar notas, fazer síntese, redigir conclusões, interpretar gráficos e dados, realizar experiências e discutir os resultados obtidos e, ainda, usar instrumentos de medida quando necessário, bem como compreender as relações que existem entre os problemas atuais e o desenvolvimento científico. Isso só será possível, a partir do momento que o professor assumir o seu papel de mediador do processo ensino-aprendizagem, favorecendo a postura reflexiva e investigativa. Desta maneira ele irá colaborar para a construção da autonomia de pensamento e de ação, ampliando a possibilidade de participação social e desenvolvimento mental, capacitando os alunos a exercerem o seu papel de cidadão do mundo.



O modo de entender e agir que nos possibilita não nos deixarmos abater pela adversidade e, até mesmo, de utilizá-la para crescer. Uma das causas do fracasso do ensino é que tradicionalmente, a prática mais comum era aquela em que o professor apresentava o conteúdo partindo de definições, exemplos, demonstração de propriedades, seguidos de exercícios de aprendizagem, fixação e aplicação, pressupondo-se que o aluno aprendia pela reprodução. Considerava-se que uma reprodução correta era evidência de que ocorrera a aprendizagem. Essa prática mostrou-se ineficaz, pois a reprodução correta poderia ser apenas uma simples indicação de que o aluno aprendeu a reproduzir, mas não aprendeu o conteúdo. É necessário saber para ensinar. O professor deve se mostrar competente na sua área de atuação, demonstrando domínio na ciência que se propõe a lecionar, pois do contrário, irá apenas "despejar" os conteúdos "decorados" sobre os alunos, sem lhes dar oportunidade de questionamentos e criticidade. 

Adequar a metodologia e os recursos audiovisuais de forma que haja a comunicação com os alunos, é também, uma forma de fazer da aula um momento propício à aprendizagem. 
É importantíssimo que o professor tenha, também, competência humana, para que possa valorizar e estimular os alunos, a cada momento do processo ensino-aprendizagem. A motivação é imprescindível para o desenvolvimento do indivíduo, pois bons resultados de aprendizagem só serão possíveis à medida que o professor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar, comparar, discutir, rever, perguntar e ampliar idéias.

Dentro das competências: científica, técnica, humana e política desenvolvidas pelo professor, é essencial propiciar aos alunos condições para o desenvolvimento da capacidade de pensar crítica e logicamente, fornecendo-lhes meios para a resolução dos problemas inerentes aos conteúdos trabalhados interligados ao seu cotidiano, fazendo com que ele compreenda que o estudo é mais do que mera memorização de conceitos e termos científicos transmitidos pelo professor ou encontrados em livros. 

É um trabalho em que raciocínio e criatividade são recompensados.

É indispensável dar mais ênfase à aprendizagem do que aos programas e provas como é prática comum em nossas escolas, pois no processo de ensino e aprendizagem, conceitos, idéias e métodos devem ser abordados mediante a exploração de problemas, desenvolvendo competências para a interpretação e resolução dos mesmos. E esta resolução não é um exercício em que o aluno aplica, de forma quase mecânica, uma fórmula ou um processo operatório, mas uma orientação para a aprendizagem, pois proporciona o contexto em que se pode aprender conceitos, procedimentos e atitudes. Para que ocorram essas transformações, tão necessárias, é preciso que o professor demonstre profissionalismo, ética e, acima de tudo, compromisso com o sucesso dos alunos. O compromisso de conduzi-los ao aprendizado. É o desafio para todos os que estão envolvidos em Educação. 


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Elenir Souza Santos 
Revista Gestão Universitária, Edição 40


sábado, 4 de fevereiro de 2017

Cidades de todo o País cancelam o carnaval

Sem recursos para investir na segurança e na alegria dos foliões, cidades de todo o País cancelam o carnaval. No Rio de Janeiro, escolas de samba perdem 40% da receita e 55 blocos deixam de sair por falta de patrocínio. O brilho da festa vai depender de muita criatividade — e do dinheiro dos turistas

Crise na folia
Nada de confete e serpentina. O carnaval deste ano foi cancelado por falta de verba em pelo menos 70 cidades brasileiras. O número equivale ao de municípios que já decretaram estado de calamidade financeira: 73, segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN). O corte envolve desde grandes capitais até cidades pequenas, algumas com forte tradição na folia. É o caso da histórica São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, cujo carnaval de rua, animado por marchinas, costuma atrair milhares de jovens a cada ano. Lá, a prefeita Ana Lúcia Bilard Sicherle (PSDB) resumiu a situação em uma frase: “Não há recurso nem orçamento.” Em Minas Gerais, os cofres vazios também tiraram a alegria dos foliões. Em nota, a Prefeitura de Nova Lima explicou que passa por “grave crise econômica”, mesmo caso de Poços de Caldas, Ouro Branco e Patos de Minas.
O presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, recebeu a missão da prefeitura de cortar 10% dos custos totais do carnaval da capital baiana, um dos maiores do País, “sem prejudicar a qualidade.” O jeito foi “negociar com os fornecedores, congelar cachês, renegociar contratos.”
As Escolas de Samba do Rio também cortaram. A Mocidade Independente de Padre Miguel e a União da Ilha acabaram com seus ensaios-show. “Entendo a forte crise financeira que assola o país. Não posso mais conviver com esse tipo de situação: abrir a quadra, o que não é barato, e não vê-la cheia”, disse o presidente da União da Ilha, Ney Filardi. “Apesar da recessão, será um dos mais belos carnavais graças à criatividade”, afirma Jorge Castanheiras, presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). Segundo dados da entidade, a captação de recursos das escolas caiu 40% na comparação com 2015.
“NA RAÇA”
A crise também está impedindo muitos blocos de ir para a rua. Apenas no Rio de Janeiro, 55 deles deixarão de sair este ano por falta de patrocínio. “Se o apoio já era difícil para agremiações com menos visibilidade, agora ficou impossível: a crise virou desculpa para dizerem que não podem, não têm. Mas carnaval para nós não é negócio, é alegria. Isso não mudará”, diz Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, a associação de blocos cariocas.

Algumas das cerca de 70 cidades que cancelaram o Carnaval:
SP: Campinas, Piracicaba,São Luiz do Paraitinga e São José dos Campos
MG: Poços de Caldas,Ouro Branco, NovaLima e Patos de Minas
RS: Passo Fundo RO: Ariquemes
AP: Macapá
Mudanças nos dois carnavais mais famosos do País:
Rio de Janeiro
Cerca de 55 blocos, de 451 confirmados, não sairão às ruas por falta de patrocínio. Entre eles, o Bloco da Segunda, que completaria 30 anos neste ano

Salvador
Os gastos públicos, em torno de R$ 50 milhões, serão cortados em 10%. Entre os blocos que cancelaram a festa está o Cheiro de Amor, fundado em 1985. Muitos reduziram a participação, como o Cocobambu, que sairá apenas em um dia em vez de três

Alternativas de foliões e organizadores para fugir da crise este ano:

• Aceitar milhas em troca de abadás
• Parcelar ingressos para camarotes em até 10 prestações
• Arrecadar dinheiro por meio de vendas de camisetas, feijoadas, chapéus, lenços, salgados, leques e cervejas
• Usar fantasias recicladas
• Cortar extras, como carro-pipa para refrescar calor dos foliões, decoração de carro de som e seguranças


FONTE:http://istoe.com.br/crise-na-folia/

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