terça-feira, 19 de abril de 2011

Exposição 'Registro de uma guerra surda'

Entre 1964 e 1985, o Brasil viveu sob um regime de exceção que se apoio fortemente em uma legislação autoritária, em um abrangente sistema de vigilância e repressão, e ações extra-oficiais contra opositores do regime, representadas por prisões ilegais, torturas, mortes suspeitas e desaparecimento.  Durante o período, grande quantidade de documentos foi produzida pelos órgãos oficiais de repressão política, como sumários informativos, fichas de polícia técnica, relatórios de atividades daqueles considerados "subversivos", fotos de atividades "suspeitas" e pareceres da censura.
Hoje, essa documentação encontra-se guardada no Arquivo Nacional e também em arquivos regionais Brasil afora. O projeto Memórias Reveladas, que busca organizar e divulgar estes acervos e manter viva a memória deste período, traz a público a exposição Registros de uma guerra surda, uma amostra não apenas da documentação oficial, mas também daquilo que foi produzido por órgãos de imprensa e organizações que se dedicavam a combater o regime.

A partir do sexto ano o interesse do aluno já poderá ser despertado pela temática da exposição. A história recente do Brasil e questões que vêem sendo discutidas ultimamente (inclusive com ecos na grande imprensa, como a condenação do Brasil pelo tribunal Interamericano, em conseqüência da não-investigação de casos de violação dos direitos humanos durante a ditadura militar) representam um ponto fundamental na educação escolar, e parte integrante do currículo. 

Além da rede regular de ensino, o ensino de jovens e adultos só teria a se beneficiar do conhecimento e das discussões que a exposição proporciona, posto que a educação política é parte crucial da formação cívica dos brasileiros.

A exposição se divide em cinco módulos:
1. Institucionalização de um regime de exceção. A exposição abre com o golpe de 1964; emissão dos Atos Institucionais que pouco a pouco cercearam as liberdades políticas; estruturação do SNI, vigilância e serviço secreto; listas de cassados; o fechamento do Congresso Nacional.
2. Da repressão à reação. As greves e passeatas e a repressão a elas; prisão de manifestantes e militantes; organizações de luta armada: seqüestros, apreensões, prisões, atentados; guerrilha do Araguaia; censura às artes e à imprensa.
3. A face pública do regime. O terceiro módulo mostra a propaganda que os governos militares faziam de si mesmos. O milagre econômico; o patriotismo exacerbado em datas cívicas; o apoio de organizações civis.
4. O começo do fim. O início da abertura; a relutância do governo em abrir espaço para a democracia; o recrudescimento das greves e passeatas; imprensa alternativa; abertura gradual; movimento pela abertura e pela anistia; diretas já.
5. O projeto Memórias Reveladas. Ações regionais patrocinadas através do projeto Memórias Reveladas.
A mostra audiovisual na cave do Arquivo Nacional, paralela à exposição Registros de uma guerra surda, ocorre às segundas feiras, 10:30 e às quartas feiras, às 15:30.
Os filmes exibidos na mostra incluem imagens de arquivo, curtas-metragem, produções independentes, registros pessoais, e envolvem temas como repressão, militância, movimentos sindical e estudantil, propaganda ideológica, exílio, golpes militares na América Latina.
A mostra ocorrerá nos meses de abril, maio, junho, julho e agosto nas dependências do Arquivo Nacional.
Programação do mês de abril
Dias 04 e 06 de abril: Movimentos estudantis - 15h30h - Local: CAVE          
1. 1968: estudantes versus polícia.     Produção do arquivo nacional para o projeto Memórias Reveladas. Acervos Correio da manhã e Jornal do Brasil. 16 minutos. 2008.
2. Cpc 1964: discurso José Serra/ comício estudantil.   Imagens de arquivo de Ana Maria Magalhães. 11 minutos. 1964
3. Vladimir palmeira em 68.  Produção da tv Camara. Documentário. 48 min. 2009       
4. Praia do Flamengo, 132 . Imagens da demolição do prédio da UNE na praia do flamengo. De  Clóvis Molinari. 15 minutos. 1981.
Dia 07 de abril 17h - Local: auditório
1. Hércules 56 - Direção Silvio Da-rin - 2007 - Debate com a presença de Silvio Da-Rin e Vladimir Palmeira.
Dias 11 de abril às 10:30h e 13 de abril às 15:30h:  Abertura dos arquivos do dops- Local: CAVE
1.abertura arquivos DOPS: dia da caça. Silvio Nasser. Documentário. 75 minutos.               
2. Acervo DOPS: papéis da repressão.  Documentário produzido pelo núcleo de audiovisual e pelo departamento de ciência política da UFF. Luis Edmundo Castro. 16 minutos. 1993   
3. DOPS Paraná: memórias da repressão.  Documentário da Produção Imagem Arte em Vídeo e Secretaria de estado de comunicação do Paraná. 17 minutos. 1991
Dia 14 de abril - 17h - Local: auditório
1. Ao Pé da Árvore Branca - Direção Juan Alvarez - 2006
2. Instantâneos da Realidade - Paulo Fontenelle - 2004 - Debate com a presença de maria Paula Araújo e Evandro Teixeira.
18, às 10:30 e 20 de abril, às 15:30: Presídios - Local: CAVE
1. Aspectos da vila do Abraão. Imagens de arquivo da Agência Nacional mostrando o presídio em Ilha Grande. 5 minutos. [197-]
2. Jessie Jane. Imagens de arquivo da ex-prisioneira política. 5 minutos. [197-]
3. Militantes "arrependidos" Depoimentos de ex-militantes de esquerda que desistiram da "subversão" e renegam seu passado. Imagens do acervo Presidência da República. 40 minutos. 1971.
25, às 10:30 e 27 de abril, às 15:30: Greves - Local: CAVE
1. De mãos dadas. André Lazaro e Ivan Vianna. Documentário produzido por ocasião do julgamento, em 1978, de militantes do Movimento pela Emancipação do Proletariado presos no ano anterior. 60 minutos. 1981
2. Greve! Documentário que registra os principais momentos da greve no abc, em 1979. João Batista de Andrade. 36 minutos.  1979

28 de abril - 17h - Local: Auditório 

1. Cidadão Boilesen - Direção Chaim Litewski - 2008

O projeto Memórias Reveladas é uma iniciativa do governo federal, que já canalizou recursos para arquivos regionais em vários estados, recursos estes captados junto à Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Eletrobrás e BNDES. A exposição será inaugurada em 1º
de abril de 2011, na sede do Arquivo Nacional, e estará aberta ao público a partir de 04 de abril.

Endereço: Praça da República, 173, Centro, Rio de Janeiro

Horário: 08h30  às 18h

Informações no telefone 2179-1273 ou e-mail pi@arquivonacional.gov.br

Entrada franca


FONTE: Portal do Arquivo Nacional

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