quinta-feira, 5 de junho de 2014

Plano Cohen

O Plano Cohen é um documento supostamente criado para justificar um golpe de estado que tiraria Getúlio Vargas  da presidência. Foi escrito pelo então capitão integralista Olimpio Mourão Filho, depois de um pedido do líder da Ação Integralista Brasileira (AIB), Plínio Salgado.
No dia 30 de setembro de 1937, foi descoberto pelo governo e anunciado no programa de rádio “Hora do Brasil”, pelo chefe do Estado-Maior do exército brasileiro, o general Góes Monteiro. O objetivo do plano era o de acusar Getúlio Vargas de tentar tomar o poder de um dos dois candidatos as eleições presidenciais de 1938, José Américo Almeida e Armando de Sales Oliveira. Com isso, a população ficaria assustada e se aproveitando desta fragilidade seria possível tomar o poder e realizar uma revolução comunista no Brasil. Os chefes militares seriam eliminados, operários e estudantes fariam literalmente barulho, os presos seriam libertados e haveria depredação de casas e lojas. Além disso, o plano tinha como intenção o sequestro dos Ministros de Estado, Presidente do Supremo Tribunal e os Presidentes da Câmara e do Senado.
Um dia depois do pronunciamento, mais precisamente no dia primeiro de outubro, o governo entrou com um pedido e foi atendido em menos de 24 horas pelo Congresso Nacional quanto ao decreto de Estado de Guerra no país, com isso ele tinha o direito e também o poder de suspender os direitos constitucionais. Com o aval do Congresso, Getúlio iniciou uma verdadeira caça as bruxas, perseguindo todos os comunistas implicados no Plano Cohen  e os seus rivais políticos. Semanas depois, o Congresso Nacional do Rio de Janeiro foi cercado.
No dia 10 de novembro, o então presidente deu um golpe de estado, implementando uma nova Constituição, o chamado “Estado Novo”, que seria o marco do final da Era Vargas. As eleições à presidência foram canceladas, passou a vigorar a Constituição de 1937 (que concentrava o poder nas mãos do chefe do Executivo), os partidos políticos foram suprimidos, a pena de morte foi instaurada e com o estado de emergência o presidente podia invadir qualquer residencia, ou seja, o Plano Cohen deu força a Getúlio.
Em 1945, o general Goés revelou que o plano todo tratava-se de uma farsa já que Getúlio Vargas queria continuar no poder, suprimir as eleições de 1938 e também acabar com as ameaças comunistas. O nome do plano foi dado pelos militares que como queriam que não houvesse nenhuma suspeita, colocaram de Cohen, devido ao líder comunista húngaro Bela Cohen. A partir daí, todos os envolvidos tentaram jogar a batata quente para outro. Goés disse que o documento havia sido entregue por Mourão Filho, que por sua vez afirmou que escreveu o texto para ser utilizado pelo AIB. Plínio Salgado alegou que sabia da farsa mas não disse nada em público para não deixar o exército mal visto pela população.

FONTE:  http://www.historiabrasileira.com/era-vargas/plano-cohen/

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